Ainda vai levar um tempo para que os gestores públicos locais percebam e aprendam que o dinheiro público não é um recurso sem dono e sim um recurso de todos. Ele é nosso, das pessoas que nesta cidade vivem, trabalham, pagam impostos diretamente ou na hora que fazem suas compras ou usam serviços dentro do município. Esse dinheiro deveria ser tratado como qualquer pai ou mãe de responsável, que sabe a dificuldade que é sustentar uma família com o salário de seu suado trabalho.

Da mesma maneira que esses chefes de família se planejam, fazem pesquisa antes de comprar cada utensílio da casa e fazem perguntas importantes. Estamos mesmo precisando disso? O tamanho é o melhor para esta família? Vai funcionar bem e durar? Se existir alguma dúvida quanto a algum risco, é simples, não compra. Espera um pouco mais para encontrar o melhor que aquele trabalhado dinheiro pode comprar.

Em nosso município, os administradores ficaram ao longo dos anos fazendo duas coisas: esbanjando dinheiro com compras muitas vezes superdimensionadas e escondendo sua incompetência em avaliar e fiscalizar as entregas atrás da legislação, mais especificamente a lei de licitações.

Veja o caso das câmeras de segurança instaladas em diversas ruas da cidade. Por algum tempo elas foram vendidas para a população como algo revolucionário, que colocaria no chão os índices de violência da cidade. Hoje, esses equipamentos se tornaram uma grande piada. Isso porque, ou elas não funcionam ou não têm a eficiência esperada (veja reportagem em nossa página 4). Na prática, jogamos dinheiro no lixo ao adquirí-las.