Duvidar das coisas

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Questionar faz parte do debate consciente, pois é processo evolutivo das coisas, enquanto no facebook só se viraliza quem mete dinheiro e é eficiente destruindo o outro, resultando num processo regressivo.

O facebook como arma politica sabotou o debate na sociedade, hoje vemos explanações sobre “terra plana”, religiosidade, mito e falso moralismo em alta. Quem diria que a tecnologia acessada por todos nos devolveria a idade das trevas, quando pessoas eram queimadas vivas por discordarem do padrão e a estupidez era idolatrada como solução.

Liberdade de expressão não é calunia e difamação, propagar confusão virou ideologia politica não só dos grupos de mídia, mas também na internet. A panfletagem politica é bem recompensada e promovem novos súditos a elegerem insanidades. Os novos ditadores são os algoritmos cibernéticos que idolatram a barbárie nas redes sociais e miquinhos adestrados animam programas de rádio, TV e religiões comerciais.

“Sem dúvida, se duvido é porque penso”, já ensinava Renée Descartes no longínquo século 17 quando só senhores feudais e seus vassalos repercutiam a sociedade, assim como breganejos e youtubers nos dias de hoje.

Existe lógica no Iluminismo e certeza de que tudo que nasce também morre, e movidos desta doutrina valorizamos duvidar das coisas, pois a certeza de hoje é a incerteza do amanhã, e viver é um presente feito de dúvidas.

Quando rememoramos o passado ou sonhamos com futuro estamos gastando nosso presente, pois o conhecimento humano se alimenta exponencialmente do tempo, moeda inviolável da vida.

Tudo se compara e a todo o momento substituímos novos padrões comparativos se estamos em crescimento, porque assim funciona a lógica das conexões de nossos neurônios, a verdade ou mentira são ideais criadas por mentes humanas, portanto não aprofundemos num assunto infindável, aceite que o sábio duvida, testa, experimenta, é empírico, enquanto os tolos são cheios de certezas manipuladas e fé cega, porque assim vivem como manadas.

Texto: Edilson Bueno

Publicado na edição 1282 – 07/10/2021

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