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Editorial: Transtornos passageiros, benefícios permanentes

Ninguém nasce grande. Todo mundo tem um começo pequeno, uma infância. Mesmo aqueles que mereceram estudos acadêmicos, livros, filmes, a admiração dos outros, tiveram um início bem pequeno. Ford montou seu primeiro motor na pia da cozinha. Steve Jobs e Steve Wosniak montaram o seu primeiro computador numa garagem. Os irmãos MacDonald iniciaram numa lanchone em cuja cozinha só cabia uma pessoa.

Porém, mesmo que continue pequeno, nunca cresca muito, o empreendedor industrial, comercial ou de serviços é aquele que assume riscos, firma compromissos, emprega pessoas, faz financiamentos acreditando que com seu trabalho e um pouco de sorte vai conseguir pagar. É aquele que dá a cara a tapa, arrisca-se a sujar o nome em razão de um sonho. O empreendedor é também aquele que faz a via sacra pelas repartições públicas para obter licenças, alvarás, permissões, concessões num labirinto de burocracia e papéis. O empreendedor é aquele que paga os maiores impostos, é aquele que mais emprega, o primeiro que quebra e o último que tem lucro. Paga um salário para o empregado e outro para o governo, paga aluguel, tem que cumprir medidas sanitárias, de bombeiros, tem que pagar para comprar, pagar para vender, pagar para transportar. Algumas pessoas não sabem, mas um produto precisa pagar imposto, muitas vezes, em todos os municípios que precisa passar. Ao contrário de outras categorias, vai dormir sem saber como estará o mercado no dia seguinte.

Em tempos de pandemia, está sujeito a obedecer medidas sanitárias que difucultam ou impossibilitam sua sobrevivência. Se vai fechar, ainda tem que pagar.

Seria justo e necessário que o poder público pensasse em tomar medidas efetivas para ajudar e proteger os empreendedores e seus empreendimentos. Agora, com a vacina, já é possivel visualizar uma retomada da normalidade, mas alguns já estão fechados ou fechando. Que tipo de apoio se pode dar a eles? Não caberia uma discussão e a tomada de medidas que mitiguem ao menos um pouco suas dificuldades? Fica a proposta. Pense nisso e boa leitura.

Publicado na edição 1254 – 25/03/2021

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