Nos primeiros três meses de 2025 foram notificados em Araucária oito casos de leptospirose, sendo três deles confirmados para a doença. No entanto, não houve nenhum caso de óbito. De acordo com a Divisão de Vigilância Epidemiológica do município, até o momento, o número de notificações vem mantendo a média registrada no mesmo período de 2024.

A leptospirose é uma doença infecciosa causada pela bactéria Leptospira, geralmente transmitida pela urina de animais infectados, como ratos. Os sintomas podem variar de leves a graves e, em alguns casos, podem levar a complicações sérias. Os sintomas iniciais costumam surgir entre 2 a 14 dias após a exposição à bactéria. Na fase inicial (1ª semana) a pessoas pode apresentar sintomas semelhantes aos da gripe: febre alta (acima de 38,5°C); dor de cabeça intensa; dor muscular, especialmente nas panturrilhas; calafrios; náusea, vômito e diarreia; e olhos avermelhados.

Na fase mais grave (a partir da 2ª semana, em casos complicados), os sintomas podem evoluir e incluem: icterícia (pele e olhos amarelados); insuficiência renal (urina escura ou pouca produção de urina); sangramentos (gengivas, nariz ou órgãos internos); falta de ar e dor no peito (caso atinja os pulmões); e confusão mental.

“A pessoa deve procurar atendimento médico urgente se tiver febre alta e dor muscular intensa, especialmente após contato com enchentes, lama, água contaminada ou esgoto; olhos avermelhados acompanhados de dores no corpo; se sintomas persistirem por mais de 3 dias; e ainda em sinais de agravamento, como falta de ar, icterícia ou sangramentos”, orienta a Vigilância.

TRATAMENTO

A leptospirose tem tratamento, mas a detecção precoce é essencial para evitar complicações graves. Se houver suspeita, a orientação é que a pessoa busque atendimento médico o quanto antes.

Para evitar a transmissão é essencial que a pessoa evite contato com água e lama contaminadas; não andar descalço em enchentes, lama ou água de esgoto; evitar nadar ou brincar em locais de alagamento; se precisar entrar em áreas alagadas, usar botas e luvas de borracha. Para o controle de roedores é preciso manter alimentos bem armazenados e lixeiras fechadas; evitar acúmulo de entulho e lixo, pois são abrigos para ratos; vedar frestas em portas e paredes para impedir a entrada de roedores; higienizar bem locais onde há sinais de fezes ou urina de ratos, usando água sanitária.

Entre os cuidados com a higiene pessoal e doméstica, é preciso lavar bem as mãos antes de comer e após contato com água possivelmente contaminada; limpar quintais, garagens e áreas externas com solução de água sanitária (1 copo para 1 balde de água); proteger alimentos e água; não consumir alimentos ou bebidas que tiveram contato com água de enchente; ferver a água ou utilizar hipoclorito de sódio para desinfecção antes do consumo.

Com relação aos cuidados no trabalho e lazer, as pessoas que trabalham em esgotos, enchentes, lavouras ou limpeza urbana devem usar EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual) adequados; em áreas rurais evitar contato com água de rios e lagos sem tratamento.

HANTAVIROSE

Nos últimos dias, a população ouviu falar bastante sobre a hantavirose. O assunto veio à tona após a morte da esposa do ator Gene Hackman (também falecido), cuja causa, supostamente, teria sido em decorrência da síndrome rara transmitida por ratos.

A hantavirose é uma zoonose viral aguda, cuja infecção em humanos se apresentam na forma da Síndrome Cardiopulmonar por hantavírus. Na América do Sul, foi observado importante comprometimento cardíaco, passando a ser denominada de Síndrome Cardiopulmonar por Hantavírus (SCPH). Os hantavírus possuem como reservatórios naturais alguns roedores silvestres, que podem eliminar o vírus pela urina, saliva e fezes. Os roedores podem carregar o vírus por toda a vida sem adoecer.

Em Araucária, de acordo com a Divisão de Vigilância Epidemiológica, não foi registrado nenhum caso de hantavirose até a presente data.

Edição n.º 1458.