Os últimos dias foram de apreensão para pais e alunos da Escola Municipal Irmã Elizabeth Werka, no Centro. Isto porque a Secretaria Municipal de Educação (SMED) e a Secretaria de Estado da Educação (SEED) haviam avançado nas conversas para que o Governo do Estado volte a se responsabilizar pelas séries finais do Ensino Fundamental, que compreende a 6ª, 7ª, 8ª e 9ª série.
Pelas negociações entre SMED e SEED, a partir de 2016, seriam abertas turmas do sexto ano no Colégio Estadual Professor Júlio Szymanski, também no Centro. Atualmente, o local só oferece o Ensino Médio. Com isso, os alunos que estão concluindo o quinto ano no Werka seriam matriculados no Szymanski. A possibilidade de mudança não agradou aos pais, nem professores da escola municipal, que começaram a movimentar a comunidade escolar para impedir que o sexto ano deixasse de ser oferecido no local.
Uma das insatisfeitas é a senhora Josiane Glas, que tem uma filha de dez anos estudando na quinta séria no Werka. Ela seria uma das famílias diretamente afetadas pela mudança. “Não queremos que o Werka deixe de oferecer do 6º ao 9º ano. Minha filha sempre estudou no Werka e quero que ela termine o Ensino Fundamental lá e esse é o sentimento de todos os pais de alunos”, comentou.
Por enquanto, nada muda
Sobre o assunto, a Secretaria de Educação informou que – de fato – havia a expectativa de que já a partir do ano que vem o Werka deixasse de atender os alunos do sexto ano, mantendo apenas as turmas do 7º ao 9º ano. Porém, por razões estruturais, essa mudança foi adiada e, pelo menos em 2016, a Escola seguirá oferecendo a 6ª série. Porém, conforme a secretária de Educação, Janete Schiontek, a tendência é que a mudança seja efetivada em 2017.
Janete explica que, em todo o Estado há um consenso de que o Município é responsável pela manutenção das séries iniciais do Ensino Fundamental e o Estado pelas séries finais. Em Araucária, porém, ao longo de duas décadas, a Prefeitura acabou mantendo praticamente todas as escolas do 1º ao 9º ano. O que acontece é que, hoje, esse quadro é insustentável financeiramente. Ainda mais em razão das mudanças na legislação brasileira, que estipula que a partir do ano de 2016 as crianças comecem a frequentar a escola aos quatro anos. “Por conta disso intensificamos as conversas com o Estado. No ano passado eles já assumiram duas escolas e, no ano que vem, eles passariam a oferecer as séries finais no Szymanski, atendendo a demanda de alunos da região central. No entanto, não houve tempo de adequarmos a estrutura do Werka para receber os alunos de quatro anos, que são menorzinhos”, explicou. A secretária ainda enfatizou que, em nenhum momento se falou em estadualizar o Werka: “A Escola Werka continua e sempre continuará a ser mantida pela Prefeitura, mas gradativamente ela passará a atender os alunos somente até o quinto ano”.
Reunião
Na quarta-feira, 23 de setembro, houve uma reunião no Werka para explicar o assunto. Na oportunidade, a direção da escola informou aos pais sobre a decisão da SMED de não promover nenhuma mudança na instituição em 2016. “Só que não queremos que o Werka deixe de oferecer do 6º ao 9º ano nunca. Então estamos fazendo um abaixo assinado, vamos procurar os vereadores e pressionar para que o Werka nunca mude”, disse Josiane.
Texto: Waldiclei Barboza / FOTO: EVERSON SANTOS