Família pede justiça sobre preso que foi encontrado morto na DP
Nesta semana Rodrigo iria sair da prisão

 

Na última semana, duas informações foram divulgadas a respeito da morte do detento Rodrigo Lauro Avanço, 19 anos, que estava preso na Delegacia de Polícia Civil de Araucária há cerca de 11 meses por receptação. Inicialmente, o caso estava sendo tratado como suicídio, visto que o corpo de Rodrigo teria sido encontrado pendurado por um lençol. Porém, indícios apontam que na verdade o que pode ter acontecido foi um homicídio.

Tudo aconteceu na madrugada de quarta-feira, 6 de setembro, por volta das 3 horas. Outros presos que estavam na mesma cela que Rodrigo chamaram o plantonista para informar a morte do rapaz. Foram acionadas a Guarda Municipal, a Criminalística e também o Instituto Médico Legal (IML), que recolheu o corpo para perícia.

O caso foi inicialmente tratado como suicídio, mas, segundo a DP, os funcionários, ao chegarem na cela, não encontraram o corpo pendurado, pois outros detentos já teriam o colocado no chão.

Informações não oficiais de peritos, indicam que este tenha sido mais um caso de homicídio. Segundo o advogado da família, o próprio médico legista que fez a perícia já teria adiantado que havia outras lesões no corpo, todas incompatíveis com a hipótese de suicídio. Até mesmo no atestado de óbito, foi apontado como causa da morte asfixia mecânica causada por estrangulamento e não enforcamento.

De acordo com o delegado, Messias da Rosa, foi instaurado inquérito para investigar o que aconteceu e a DP está aguardando o laudo do IML que deve sair em torno de 30 dias. Rodrigo estava com mais 10 presos quando morreu e um deles teria sido remanejado um dia antes para a mesma cela.

Todos os suspeitos foram separados e o lençol que estava em Rodrigo foi apreendido para análise.
a família de Rodrigo comentou que dias antes do fato, ele teria comentado que estava feliz porque em uma semana sairia da cadeia, no máximo até esta sexta-feira. “No dia 31 de agosto fizemos uma visita. Ele estava com os outros colegas de cela e todos estavam conversando normalmente”, comentou uma familiar.

Os familiares que reconheceram o corpo no IML contaram que Rodrigo estava com diversos hematomas pelo corpo, lesões, alguns dedos do pé quebrados e marcas no pescoço e perto do queixo. “Vimos que também embaixo das unhas dele havia pele, como se ele tivesse tentado se defender e arranhado alguém”, disse.

Os parentes informaram que estão processando o Estado porque quando ele foi preso, apesar da vítima o ter reconhecido na delegacia, na audência que aconteceu há cerca de 5 meses, a própria vítima e o seu marido teriam afirmado que não era Rodrigo que estava envolvido no roubo do carro. “Ela disse em juízo que era um rapaz de pele mais escura e não o Rodrigo que era mais claro”, ressaltou a familiar.

A família contou ainda que a juíza responsável pelo caso teria comentado que na semana da audiência Rodrigo seria liberado. No entanto, ele permaneceu preso. “Nosso advogado fez pedidos para ele sair da prisão e também para que então usasse tornozeleira eletrônica. Mas as solicitações eram negadas sem justificativa”, indicou a parente.

 

Foto: divulgação