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Família reclama de atendimento recebido por gestante no HMA

Gestantes, idosos e menores de 18 anos podem levar acompanhantes no HMA, desde que necessário. Foto: Marco Charneski
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Família reclama de atendimento recebido por gestante no HMA
HMA explicou que irá investigar as causas e fatores do óbito da criança. Foto: Marco Charneski

A jovem Letícia, de 24 anos, que estava grávida de 40 semanas, perdeu a filha nesta terça-feira, 6 de abril, ainda na barriga, e a família acusa o Hospital Municipal de Araucária (HMA) de negligência. Segundo o tio da gestante, o bebê ainda estava vivo quando a sobrinha buscou atendimento, e não em óbito, como foi dito pelo hospital. “Não podemos ficar calados, a bebezinha estava bem, minha sobrinha tinha acabado de fazer um exame no posto de saúde do bairro, que mostrou isso. Na madrugada de terça, por volta das 4 horas, quando ela veio até o HMA sentindo dores de parto, eles fizeram os exames e disseram que a bebê estava morta. Depois ficaram tentando induzir um parto normal por cerca de 20 horas, com o bebê morto na barriga dela, expondo a menina a todo esse sofrimento e, principalmente, colocando a saúde dela em risco. Por que não realizaram uma cesárea logo? Isso é um absurdo”, questionou o tio.

Ele disse ainda que os familiares ficaram aguardando por notícias durante todo o dia e a noite, na porta do hospital, já que por conta da pandemia, não foi possível nenhum acompanhante. “Eles não nos davam notícias, mas a gente sabia que era porque nem tinham mais o que dizer. É triste porque sabemos que outros casos como esse já ocorreram aqui no HMA. Queremos saber por que a criança morreu no ventre dela”, comentou o familiar.

Sobre a situação da gestante, o HMA informou que ela descobriu a gestação com 35 semanas e, portanto, iniciou o pré-natal tardio. Disse que ela passou por consulta com obstetra no ambulatório do hospital na noite do dia 05/04/2021, por volta das 22 horas e que esta foi a sua primeira e única consulta no hospital. Na ocasião, o médico realizou a avaliação, solicitou os exames de praxe, como ecografia e cardiotoco para avaliar o estado geral do bebê. Constatou que estava com 40 semanas de gestação, e que tanto a mãe quanto o bebê, estavam com bom estado geral. O médico orientou que a paciente retornasse em dois dias ou antes, caso necessário.

Ainda de acordo com o HMA, na madrugada do dia 06/04/2021 a paciente relatou que sentiu dores, e por volta das 5 horas, retornou ao hospital. Chegando, o médico do ambulatório já constatou na avaliação que não havia batimentos cardíacos fetais. A gestante então foi internada, fez uma nova ecografia e o exame confirmou que o feto estava em óbito. Desta forma, foi iniciado o procedimento de indução do parto, O HMA esclareceu ainda que irá investigar as causas e os fatores do óbito, considerando que podem ser causas de etiologia materna prévias ou obstétricas, complicações placentárias, entre outras, tendo em vista que o pré-natal não foi realizado no período ideal.

Sobre a gravidez ter sido descoberta de forma tardia, a família acredita que o fato não influenciou na morte da bebê. “A criança estava bem e ela fez tudo que era necessário. Procurou o atendimento por várias vezes, com dores e dilatação, e mandavam ela pra casa. O hospital disse que passou da hora de a criança nascer, então porque mandavam ela pra casa ao invés de fazer o parto ou uma cesárea? A família quer justiça”, disse o tio.

Texto: Maurenn Bernardo

Publicado na edição 1256 – 08/04/2021