Habemus acordo! Prefeitura e os sindicatos que representam o funcionalismo municipal transigiram nesta quarta-feira, 21 de maio, quanto as chamadas pautas financeiras da mesa de negociação da data-base 2025.

A fumaça branca se deu no terceiro dia de conclave. Na quarta-feira da semana passada (14) a proposta oferecida pela Prefeitura de reposição de 5,32% e mais R$ 200,00 no auxílio-alimentação foi considerada insatisfatória pelo SIFAR e SISMMAR.

Com isso, os cardeais sindicais e do Executivo marcaram para esta semana uma nova rodada de negociações. Na tarde desta terça-feira (20) uma rodada de conversas originalmente não prevista aconteceu, com o Município incrementando a proposta inicial. O plus incluiu um reajuste equivalente a 2% a título de quitação de parte das perdas históricas. Os sindicatos esticaram um pouco mais a corda e não bateram o martelo. Assim, a terceira reunião, marcada para esta quarta-feira (21), foi necessária.

Como manda a cartilha sindical, paralelamente à mesa de negociação desta quarta-feira houve a convocação de uma paralisação, com direito a tenda montada ao lado do prédio da Prefeitura, rua fechada, passeata pelas ruas centrais da cidade, cartazes, gritos de guerra. Nada que não fosse esperado. O roteiro faz parte do show e fortalece a nossa democracia.

Já do lado de dentro do Paço Municipal, foram horas e horas de reunião, mas seguindo a orientação repassada pelo prefeito Gustavo Botogoski (PL), que não participou presencialmente das conversas, a proposta da semana passada com o plus desta terça não foi alterada. Isto porque, em que pese a trajetória política do prefeito, que inclui passagem pela direção jurídica do próprio SIFAR, ele teria analisado a conjuntura orçamentária atual com a cautela de quem sabe que o percentual aplicado ao salário do funcionalismo tem impacto permanente nas finanças municipais.

Com a negociação finalizada, os sindicatos fizeram uma assembleia conjunta para decidir se aceitavam o oferecido pelo Município ou dobravam a aposta. Após muitas conversas, microfone aberto pra chamada base, manifestações acaloradas, os presentes à reunião deliberaram por aceitar a proposta financeira. Obviamente, como esperado, a aceitação não significa baixar a guarda quanto as demais pautas que não envolvem questões financeiras. Essa discussão seguirá acontecendo, inclusive com reuniões já marcadas.

COMO FICOU?

Resumindo a obra toda, a negociação financeira foi fechada da seguinte forma: reposição inflacionária de 5,32% referente ao acumulado nos últimos doze meses considerando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e 0,68% a título de recomposição parcial das perdas históricas. A soma destes dois percentuais será paga já no mês de junho, sendo que um projeto de lei com essa previsão será enviado pelo prefeito Gustavo Botogoski à Câmara nos próximos dias. Outros 1,5% de recomposição salarial será incorporado ao salário dos servidores a partir de setembro, também a título de quitação de parte das perdas históricas. Os mais de 7,5% concedidos pelo chefe do Executivo ao funcionalismo é mais do que o dobro do que eles receberam no ano de 2024, quando a reposição se limitou ao pagamento de 3,23%.

A negociação inclui ainda o pagamento de um reajuste equivalente a 18,18%, o que corresponde a R$ 200,00, no valor do auxílio-alimentação dos servidores, que passará dos atuais R$ 1.100,00 para R$ 1.300,00.

IMPACTO

Nas despesas globais do Município com a folha de pagamento os reajustes terão o seguinte impacto financeiro: os 6% pagos a partir de junho custarão aos cofres públicos R$ 2.889.738,03 por mês. Já o 1,5%, que será pago a partir de setembro, incrementará esse valor em outros R$ 764.575,51 por mês. Já o reajuste do auxílio-alimentação vai custar mais R$ 1.110.800,00 mensalmente.

Edição n.º 1466.