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O exercício do bom jornalismo em tempos turbulentos como os nossos exige independência e prudência. O Popular, com as limitações que são próprias a um jornal pequeno e de circulação local, procura exer­cer com plenitude este binômio.

Vimos ao longo dos últimos dias nossa cidade mergulhada num semi caos logístico em razão do movimento paradista deflagrado pelos caminhoneiros de todo o Brasil. Greve, diga-se de passagem, legítima, mas que infelizmente foi utilizada por ou­tros movimentos e/ou interesses incompatíveis com a democracia.

Vimos, por exemplo, algumas pessoas defendendo uma intervenção militar, como se isso fosse a solução para todos os males da nação. A independência jornalística de O Popular orienta que façamos a cobertura desse movimento e foi o que fizemos. A prudência, no entanto, faz com que essa cobertura se dê com ressalvas. Isto porque imprensa livre e independente é algo incompatí­vel com intervenção militar. Assim como, vejam só que irônico, as próprias manifestações pró-intervenção são incompatíveis com um regime militarista. Explica-se: é só a democracia que garante o direito a livre manifestação. Eu, você, todos nós, só podemos criticar o governo, seja qual for ele, porque estamos vivendo num estado democrático.

Obviamente, ao dizer que uma intervenção militar não é imaginável num país como o nosso, que sofreu três décadas com a ditadura, não quer dizer que os militares não são importantes para o nosso país. Muito pelo contrário! Eles são vitais, sendo o que são: militares, forças armadas! Assim como é vital para o Brasil que os sindicatos sejam sindicatos. Que a imprensa seja imprensa. Que o governo seja governo. Que o cidadão seja cidadão! E que, todos, juntos, sejam brasileiros! Se conseguirmos isso, tenha certeza, tere­mos um país cada dia melhor! Pensemos nisso e boa leitura!

 

 

Publicado na edição 1115 – 30/05/2018

Muita calma nesta hora!

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