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NP: A tese para tentar derrubar a chapa do Solidariedade

NP: A tese para tentar derrubar a chapa do Solidariedade
Foto: Divulgação

Candidatos a vereador que não conseguiram se eleger ou se reeleger têm passado os últimos dias em busca de possíveis formas de derrubar adversários com o objetivo de recalcular o quociente eleitoral para tentar ocupar uma vaga na Câmara a partir de 2025.

Uma dessas teses quer cassar a chapa do Solidariedade e, por consequência, os votos atribuídos a ela. Embora não admitam oficialmente, quem estaria estudando essa possibilidade é o União Brasil. O argumento é o de que o Solidariedade burlou a cota de gênero determinada pela Justiça Eleitoral. Essa regra determina que deve haver uma proporcionalidade de 70% e 30% entre os gêneros.

A ideia de caciques locais do União Brasil é construir a tese de que um dos candidatos do Solidariedade teria se declarado transgênero como forma de burlar a regra. O candidato em questão é Anderson Dutra. Muito conhecido na cidade, Dutra informou à Justiça Eleitoral que sua identidade de gênero é transgênero e seu gênero feminino. Assim, ele se somou as outras quatro candidatas do Solidariedade de gênero feminino. Outros nove candidatos se declararam do gênero masculino, fechando desta forma a chapa com 14 candidatos, 30% de um gênero e 70% de outro.

O Solidariedade elegeu dois vereadores. Professor Valter com 2.466 votos e Leandro da Academia com 1.682. Se eventualmente a tese do União prosperasse e a Justiça Eleitoral declarasse nulos os votos atribuídos ao partido, estas duas vagas seriam redistribuídas. A mudança beneficiaria o União e o PSD, elegendo Ben Hur Custódio de Oliveira e Juninho Padilha, respectivamente.

A chance desse plano dar certo, no entanto, é quase zero, para não dizer zero. Isto porque a Justiça Eleitoral avançou muito nas discussões de identidade de gênero ao longo dos últimos anos, sendo sedimentado que para efeitos dessas proporcionalidades vale efetivamente a autodeclaração. Logo, se Dutra se autodeclarou transgênero, com gênero feminino, é isso o que vale.

Outro perigo para os autores de uma ação desse tipo é passar a impressão de que são homofóbicos. Afinal, questionar o gênero alheio para melar a eleição não é nada legal.

Edição n.º 1437.

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