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A Páscoa originariamente era celebrada pelos judeus, para celebrar a passagem da plantação para a colheita. Mais tarde, o povo hebreu celebra a passagem da escravidão no Egito, para a terra prometida onde corre leite e mel. É passagem da escravidão para a liberdade. Essa festa sempre foi comemorada de modo alegre, festivo, com vinho e carneiro. Após comer as ervas amargas, simbolizando o período doloroso em que foram escravos no Egito, eles comiam e bebiam para festejar a nova realidade, desde sempre prometida por Deus, para o povo judeu.

A Páscoa cristã celebra também uma passagem, da morte para a vida. Jesus, morto na Sexta Feira Santa, ressuscita na madrugada de domingo, mostrando assim que a vida é mais forte do que a morte. Ele venceu para sempre a morte, e, com ele, nasce a certeza de que fomos feitos para a vida. Neste mundo, fazemos a experiência de uma vida mortal, limitada, mas, desfeito este corpo mortal, nos revestiremos de um corpo incorruptível, e viveremos eternamente na glória, ao lado de Deus e dos seus anjos. Triunfa a vida, e, movidos por esta certeza da ressurreição, os cristãos começam a testemunhar, através de palavras, gestos e ações, a sua presença em nosso meio. Jesus morreu, mas ressuscitou e continua vivo eternamente entre nós. Seu espírito é a força e a coragem os cristãos, desde o início do cristianismo e que se perpetua até hoje e o será para sempre.

O Papa Francisco afirma que muitos cristãos nunca fizeram a experiência da Páscoa, pois, continuam na Sexta-Feira Santa. Chama a estes cristãos de ‘cara de túmulo’, ‘cara de funeral’, ‘múmias de museu’, ‘mal humorados e desencantados’. Pelo contrário, quem crê na Ressurreição, faz da sua vida um mar de esperança, otimismo e coragem. A vida sempre triunfará, mesmo que, por vezes, esteja tomada por situações caóticas, negras, dolorosas, sofridas e desesperadoras. Assim como Jesus que vence as trevas e supera a noite, derrota a morte, nós, também, fomos criados para sermos vencedores. Mesmo que, por momentos nos sintamos atolados em problemas, dificuldades, adversidades, o que nos move é a esperança de um amanhã melhor, de um novo amanhecer.

Diariamente somos desafiados a fazermos a experiência da Páscoa. Passar das trevas para a luz; do desespero para a esperança; do sofrimento para a libertação; das derrotas constantes para a vitória; da tristeza para a alegria; da dor para a cura e libertação; do pecado para a vida nova. Por isso, a Páscoa não é só naquele determinado dia do calendário, mas é todo o dia. Desde o amanhecer, somos impulsionados a acordarmos com um olhar pascal, confiando na superação de todos os obstáculos que surgirem ao longo do dia. Não serão eles os condutores da nossa vida, mas a busca das soluções e de novas oportunidades. Ter um olhar pascal, um jeito de viver de modo pascal, é acreditar na força da vida que brota do encontro com o Cristo Ressuscitado. É ele que deverá mover nossas vidas, com o seu espírito vivo e presente em nosso meio. Para quem vive a Páscoa, a certeza da vida sempre vence sobre a morte, a luz sempre é mais forte do que as trevas. Ao longo de toda nossa vida, como cristãos, seguidores de Jesus ressuscitado, somos chamados a nos deixarmos conduzir pela força que brota no encontro com a sua pessoa. Quem segue Jesus, quem se deixa conduzir pelo seu espírito, sempre encontrará razões para viver, para celebrar, para fazer a experiência diária da vida, da ressurreição. A Páscoa não é só hoje; é todo dia.

Feliz e abençoada Páscoa.

Publicado na edição 1159 – 18/04/2019

Páscoa: Passagem da morte para a vida

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