- O que é Colesterol?
O Colesterol é uma gordura (Lípide) que está presente no corpo das pessoas e faz parte de várias estruturas como membranas celulares, ácidos biliares, e participam na formação e ativação de alguns hormônios e enzimas. Não existe pessoas com colesterol zero. Os níveis normais de colesterol são:
- Colesterol Total: até 200 MG/DL
- LDL-Colesterol: até 130 MG/DL
- HDL-Colesterol: Acima de 40 MG/DL.
Estes níveis se referem a populações gerais. Existem populações especificas (Ex: cardiopatas e Diabéticos) cujos níveis são diferentes.
- Os Triglicerídeos
são a mesma coisa?
O triglicerídeo também é uma gordura (Lípide) porém não é a mesma coisa que colesterol. Os triglicerídeos são formados a partir de ácidos graxos + glicerol e constituem uma das formas de armazenamento e energético mais importantes no organismo quando em níveis normais. O valor normal dos triglicerídeos é até de 150 MG/DL. - É verdade que tem um
Colesterol “Bom”?
O Colesterol bom se chama HDL-Colesterol. Estas partículas são formadas no fígado, intestino e na circulação. O HDL Colesterol é responsável pelo transporte do colesterol ruim ( o LDL Colesterol) até o fígado, o chamado “ Transporte Reverso” ( Tira o Colesterol ruim dos tecidos periféricos e leva até o fígado onde é metabolizado). Ele também protege o leito vascular contra a aterogênese, remove as gorduras oxidadas do LDL-Colesterol e estimula a liberação de óxido nítrico que protege e dilata as artérias. - Quais são os sintomas?
Existem 3 possibilidades:
A maioria das pessoas não sente nada , só vão descobrir ao realizar exames de sangue.
Algumas pessoas podem sentir cansaço e fadiga e podem apresentar alguns sinais tais como:
- Xantomas tuberosos tendíneos ( nódulos perto dos tendões principalmente dos pés).
- Xantelasma ( depósito de placas de gordura perto das pálpebras).
- Arco lipídico na córnea.
Sintomas da consequência do colesterol alto como: - Infarto do miocárdio.
- Estenose (estreitamento) das carótidas
- Estenose das artérias de varias partes do corpo – a aterosclerose.
- Pancreatite (em pacientes com triglicerídeos muito alto)
Qual o tratamento?
O tratamento envolve terapia nutricional, atividade física, cessação do tabagismo e tratamento com medicamento. A maioria das vezes o aumento do colesterol é tratado com uma classe de medicamentos conhecidas como “estatinas” que funcionam diminuindo a síntese (“ fabricação”) intracelular do colesterol. Existem outras classes de medicamentos que também podem ser utilizadas como a ezetimiba (que inibe a absorção do colesterol do intestino) a fibratos (que aumenta a função de uma enzima que ajuda a diminuir o triglicerídeos e aumenta o HDL-Colesterol) porém são de uso mais limitados. Estes medicamentos são geralmente seguros mas é aconselhável a monitorização da função hepática e de enzimas dos músculos. Outros medicamentos são: ácido nicotínico, ômega 3 e colestiramina.
Tem cura?
Dependendo muito do esforço do paciente. Tem pacientes que só mudando de estilo de vida e praticando atividades física mantêm os níveis normais. Outros precisam usar medicamentos por um certo tempo e outros por tempo indeterminado. O mais importante é manter os níveis normais.
A dieta é para sempre?
A mudança do estilo de vida com a prática de exercícios, dieta pobre em gorduras saturadas, doces e carbohidratos não é só importante para o colesterol mas é importante para uma vida mais saudável em todos os aspectos.
Todo o paciente tem que tomar remédio?
Não, nem todos. Alguns casos mais graves como pessoas já com doença
(Infartados, com “entupimento” das carótidas e outras artérias e diabéticos ) se beneficiam muito do uso das “ estatinas por tempo indeterminado”.
E se não fizer
o tratamento?
O risco de desenvolver a doença aterosclerótica , infarto e morte sobe consideravelmente.
Exemplo: – Homem 50 anos com colesterol total de 288 MG/DL, HDL- Colesterol de 34 MG/DL tem risco de infarto em 10 anos de 16%. - Homem 50 anos com colesterol total de 190 MG/DL e HDL- Colesterol de 55 MG/DL tem risco de infarto em 10 anos de 5% ( ou seja 3 vezes menos).
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Texto: Dr. Gunther Langendyk
Publicado na edição 1264 – 02/06/2021