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Editorial: Transtornos passageiros, benefícios permanentes

Assim como o ano de 2020, o ano de 2021 foi desafiador. Foi estressante. Foi angustiante. E justamente por isso não invariavelmente temos ouvido por aí várias pessoas desejando que ele se encerre logo.

Tal desejo é compreensível. Vivemos momentos muito difíceis ao longo dos últimos meses. Iniciamos janeiro com a certeza de que a pandemia que tanto nos maltratou em 2020 estava com dias contados. Afinal, a vacina havia chegado. A falta de organização do Governo Federal, porém, fez com que o imunizante não chegasse ao braço dos brasileiros com a velocidade que seria desejável. Mais do que isso, nos colocou numa dolorosa fila de espera pela vida. E enquanto a fila da vida não andava, a da morte se acelerava.

Vimos muitas pessoas perdendo a vida para a Covid-19 já quando a vacina não era só um experimento laboratorial. E essas pessoas eram nossas conhecidas. Eram nossos familiares, amigos. Eram pessoas que passaram o ano 2020 inteiro esperando a chegada do imunizante, que sonharam poder tomá-lo. Que viram outras pessoas tomando, que anotaram em suas agendas o tão esperado dia de receber a dose da vida, mas que não tiveram seu sonho realizado. A doença os pegou antes. A morte os levou primeiro.

Não há nada pior do que perder alguém que não se quer perder simplesmente porque ele não teve acesso a algo que já existe. E isso aconteceu centenas de milhares de vezes em 2021. É por isso que este ano é pior do que o ano passado. Em 2020 estávamos diante do completo desconhecido. Em 2021, não. Já havia formas de diminuirmos consideravelmente as vidas perdidas, ainda mais num país como o Brasil, majoritariamente adepto e entusiasta de campanhas de vacinação, mas não o fizemos porque houve falhas no enfrentamento à Covid-19.

A expectativa agora é que as falhas que custaram a vida de muita gente que gostávamos tenha servido de lição para que o ano de 2022 seja – de fato – um feliz ano novo. Porque é disso que precisamos. Ótima leitura a todos!

Pausa no impresso

A edição deste 16 de dezembro é a última de O Popular neste ano de 2021. Voltaremos a circular em 13 de janeiro de 2022. Até lá, você fica atualizado sobre o que acontece em Araucária acessando nosso site www.opopularpr.com.br e monitorando nossas redes sociais.

Publicado na edição 1292 – 16/12/2021

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