
Um grave erro de programação de gestão, associado com o mau tempo que vem prejudicando a atracagem de navios no Terminal de São Francisco, deixou a carga de produção da Repar em nível muito baixo. O problema foi agravado com a perfuração do oleoduto, que interrompeu o bombeamento, após uma tentativa de furto de combustível ocorrida na manhã desta segunda-feira, 22 de maio. O oleoduto Ospar bombeia petróleo que chega ao Terminal de São Francisco do Sul (SC) para a refinaria em Araucária. Sua extensão é de 117 km e seu diâmetro é de 30 polegadas.
De acordo com informações do Sindipetro/PR e SC, na quarta-feira (24), era o prazo máximo para que o petróleo chegasse até a Repar, caso contrário, o refino corria sério risco de parar. Até o fechamento desta edição, no final da tarde de quarta-feira, a informação era de que a produção estava mais lenta, porém, ainda não tinha sido paralisada.
Para o presidente do Sindipetro, Mário Dal Zot, é um grande absurdo que a gestão da Repar não consiga administrar seu estoque. “Tal problema leva a suspeição para além de mera e costumeira incompetência dos gestores. A refinaria tem problema crônico de falta de efetivo de trabalhadores e a operação em carga baixa nos dá margem para acreditar em manobra administrativa entreguista. Tudo isso cheira a sucateamento e privatização”, pontuou.
O furto
Os ladrões furaram o duto, mas a alta pressão os assustou e eles fugiram do local, deixando o óleo jorrando. Cerca de 50 trabalhadores terceirizados, com caminhões e maquinários, foram contratados pela Petrobras para atuar na contenção e drenagem do produto. Já foram coletados aproximadamente 30 mil litros de petróleo, distribuídos em três caminhões tanque.
Segundo informações preliminares, o petróleo se espalhou pelo solo e vegetação. No local tem um pequeno banhado, que está sendo isolado com barreiras. A cerca de 1,5 km também existe um rio e a equipe de emergência trabalha para evitar que o óleo chegue até lá em caso de ocorrência de chuva.
Texto: Maurenn Bernardo / Foto: Divulgação