Você sabe qual a diferença entre o oftalmologista e o optometrista?

Saúde ocular deve ser prioridade, seja para o oftalmologista ou para o optometrista
Facebook
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Email

Saúde ocular deve ser prioridade, seja para o oftalmologista ou para o optometrista
Saúde ocular deve ser prioridade, seja para o oftalmologista ou para o optometrista

A polêmica referente a atividade dos oftalmologistas e dos optometristas continua. Algumas pessoas da comunidade procuraram o Jornal O Popular com intuito de saber qual a diferença entre o papel dos dois profissionais. Para sanar essa dúvida, procuramos os re­presentantes das duas principais entidades que representam as classes, que esclareceram sobre a regulamentação das profissões.

O presidente da Associação Paranaense de Oftalmologia, Dr. Otávio Siqueira Bisneto, explicou que a legislação brasileira, a partir dos decretos de 1932 e 1934, separa a função do opto­metrista dos demais profissionais. “Por essa legislação, o opto é um sinônimo do óptico, então sua principal função é ler a receita dos óculos. Quando você vai ao oftalmo e recebe a receita, na ótica existe um profissional formado para pegar esta receita e fazer o óculos para aquele paciente. O que gera polêmica é que alguns desses profissionais abrem um consultório de atendimento para a população, examinam a pessoa e dão a receita dos óculos, mas isso é ilegal no Brasil. Pela legislação brasileira, quem é capa­citado para isso é apenas o médico oftalmologista. Por isso, a Associação Paranaense de Oftalmologia e outras instituições cuidam para que isso não aconteça”, argumentou o médico.

Ele disse ainda que muitas pessoas não têm oportunidade de ir ao médico e só procuram o oftalmo quando precisam de óculos. “Nos seus 40 e poucos anos, por exemplo, o paciente chega ao especialista procurando por um óculos de leitura, mas o médico oftalmologista aproveita para medir a pressão do olho, ver se a pessoa tem diabetes e, muitas vezes, faz o diagnóstico de uma doença que ela nem sabia que tinha. Mas o que trouxe essa pessoa ao consultório foi a necessidade de usar óculos. Então, se a pessoa procura outro profissional que só faz os óculos, outros problemas que estão acontecendo vão passar sem diagnóstico e ela só vai fazer a consulta muito tarde. Um típico exemplo é o glaucoma, que vai machucando o nervo óptico e só no final é que a visão cai, mas se ele tivesse procurado o pro­blema antes, teria evitado isso. No fundo, a consulta médica para fazer óculos é a oportunidade de diagnosticar outros problemas. E por isso nossa briga para que o opto não emita a receita”, explica, ressaltando que todas as tentativas que optos tiveram para legalmente atuar no Brasil não foram válidas.

O que faz o opto

Por outro lado, o presidente do Conselho Brasileiro de Óptica e Optometria, Ricardo Bretas, argumentou que o papel do optometrista é fazer uma avaliação primária do processo visual, capaz de detectar alterações de ordem refrativa e verificar se o paciente apresenta alguma anomalia patológica em curso. “Se o paciente apresentar algum problema dessa ordem, o opto­metrista deverá encaminhá-lo para um oftalmologista ou outro profissional de Medicina”, explica, ressaltando que através do exame do fundo de olho, o opto é capaz de detectar várias doenças, não apenas oculares.

Bretas também argumentou que a profissão do optometrista está prevista pelo artigo 3º do Decreto 20.931/32 e cujo conteúdo está inserido dentro da Organização Mundial da Saúde – OMS. “O profissional precisa cursar uma faculdade com duração de cinco anos, o problema é que no Brasil existem poucas instituições de ensino superior que oferecem este curso, ao mesmo tempo em que existem muitos cursos de formação técnica, e esta é justamente uma das brigas do Conselho, acabar com estes profissionais que são apenas técnicos, pois muitos acabam extrapolando suas funções, o que acaba gerando estas discussões em torno das duas profissões. No Paraná, o Conselho de Optometria não tem força política para punir profissio­nais que excedem suas funções, no entanto, tem feito um trabalho eficaz de prevenção e orientação à população”, elucida.

Em resumo, Bretas lembra que o oftalmologista deve cuidar das doenças oculares, enquanto o optometrista deve cuidar da visão. “Esta função preventiva que o opto desempenha tem ajudado a reduzir a fila de espera por tratamentos de problemas visuais”, conclui.

Conheça a diferença entre os profissionais

Optometrista – profissional da área da saúde formado em Optometria, curso superior com duração média de 5 anos, além da especialização na área escolhida que dura cerca de 2 anos, existindo também a formação técnica, sendo o profissional capacitado a prescrever óculos, lentes de contato e terapias visuais voltadas para melhoria da capacidade visual do paciente. O optometrista em sua formação adquire conhecimento sobre patologias oculares e sistêmicas, quando detectada alguma alteração de ordem patológica, encaminha o paciente para o oftalmologista ou para outro profissional da área da saúde.

Oftalmologista – profissional formado em Medicina com especialização em oftalmologia, uma especialidade que estuda e trata as doenças relacionadas ao olho como catarata, alterações na retina, glaucoma entre outras. O médico oftalmologista tem várias sub-especialidades entre elas a oftalmo-pediatria, a plástica ocular, doenças orbitárias, doenças das vias lacrimais, o estrabismo etc.

FOTO: Everson Santos

Compartilhar
PUBLICIDADE