Miguel Carvalho, 59 anos, é um incentivador do esporte amador de Araucária
Aos 59 anos, Miguel Figuel Carvalho, se orgulha de ter ajudado a construir a Liga Desportiva de Araucária. Além de ter passado por vários cargos na entidade – desde torcedor até presidente – ele, literalmente, colocou a mão na massa e, junto com outros, levantou a sede, tijolo em cima de tijolo. Em 2009, este incentivador do esporte completa 30 anos de trabalho em benefício do futebol amador de Araucária.
Como tudo começou
Carvalho é araucariense nato, da região da Boa Vista. Hoje, como militar da reserva aposentado, ele conta que sempre gostou de futebol e, inicialmente, ajudou o esporte como voluntário, ainda no final da década de 1970.
Aos poucos, a paixão pela bola rolando no campo e o sonho de ver o futebol local forte e competitivo fizeram Carvalho mergulhar de cabeça na idéia de ajudar a Liga. E Araucária foi a pioneira na construção de uma sede própria: a Prefeitura Municipal doou o terreno, ele ajudou a erguer a construção, onde até hoje acontecem eventos da direção da entidade e reuniões com associados.
Fatos e curiosidades
Carvalho foi também o primeiro tesoureiro da Liga. Ele já exerceu o cargo de diretor de árbitros, vice-presidente por três mandatos e ficou como presidente em exercício, nos períodos de ausência do então presidente Sebastião Calado. Ainda, quando vice presidente, conseguiu junto da diretoria trazer equipes importantes para a cidade. “Na época, conseguimos trazer as equipes do Pinheiros e Colorado, que hoje é o Paraná Clube e o time do Atlético-PR”, comenta.
Entre 1986 e 1988, Carvalho se afastou da direção da Liga e foi participar do comando de uma das equipes: a Soba. “Foi um dos melhores times que já vi jogar em Araucária”, ele diz.
Destas três décadas “respirando” futebol amador, Carvalho se lembra dos momentos que mais o fizeram dar risada. “Uma vez, no antigo campo do Verdão, na localidade da Lavrinha, um porco invadiu o campo no meio da partida, e deu trabalho pro pessoal tirá-lo para que o jogo continuasse”, conta.
Atualidade
Hoje, Carvalho exerce a função de diretor de patrimônio, mas precisou andar afastado dos campos por problemas de saúde. Mesmo assim, ele não perdeu o senso crítico e mostra os caminhos para o crescimento do futebol amador. “Acho que a política atrapalha muito. As promessas vão e vem e nada de importante muda”, fala. Outro ponto que ele toca é a falta de estrutura. “Antigamente tínhamos seis a oito campos por campeonato, e hoje apenas três. Isso prejudica muito e acaba enfraquecendo o futebol amador”, comenta.
Para ele, o futebol encareceu muito, pois muitos jogadores cobram para jogar. “Infelizmente o amor à camisa acabou, mas nós continuamos amando o futebol e esperando que dias melhores venham, tanto no futebol amador, como no profissional. Continuamos trabalhando para que o cidadão araucariense possa ir ao estádio, para que ele queira vestir as cores do seu time e torcer pelo sucesso da cidade no futebol amador”, fala.