O melhor discurso político é aquele que convence o eleitor, pois o povo sabe que seu título só é valorizado nos períodos eleitorais, e ele é tão difícil de explicar quanto o nível de proximidade existente entre o eleitor e o candidato, fato que ocorre frequentemente na eleição de vereador.
O voto municipal para vereador, devido ao convívio social, é completamente diferente das outras eleições, pela pessoalidade, confiança e motivações entre quem recebe e quem entrega o sagrado voto. Dali em diante pulveriza a relação na mais pura enrolação de ambos os lados, e para isso os discursos alimentam a política.
O discurso progressista para melhorar a qualidade de vida do povo sempre esteve com a esquerda desde 1789, quando a revolução francesa instaurou a democracia, e os defensores dos privilégios dos ricos sentaram-se a direita, cabendo aos defensores dos pobres sentar se a esquerda naquele parlamento, surgindo daí a rivalidade.
Claro que sem o dinheiro, e tudo o que ele pode comprar, a direita não teria sobrevivido até os dias atuais, então ela usou primeiro a internet para entrar na mente da pessoas com suas pautas conservadoras sobre sexo, status e segurança.
Num mundo com interesses interligados, restou a direita internacional, especialmente em países desiguais como o Brasil, pautar de forma hegemônica este discurso conservador nas redes sociais.
Assim emprego, salário, trabalho, saúde, segurança e habitação, que são questões onde a atividade política pode interceder, cederam lugar a questões religiosas, questões de costumes e questões morais, que sabidamente a política mais confunde que esclarece, porque fé, sexo, e honestidade não se resolve em eleições e muito menos por decreto político.
Edição n.º 1386