Ao contrário do que algumas pessoas quiseram fazer crer nos últimos dias, a Marcha para Jesus não é um evento particular. Ela é sim um evento que integra a chamada Semana Municipal da Cultura Cristã, instituída pela Lei 3.794/2021. Ou seja, cabe ao Poder Público sua organização. Sempre, claro, com a colaboração do segmento alcançado pela política pública.

O caso veio à tona após a confirmação de que a Secretaria Municipal de Cultura (SMCT) contratou a dupla sertaneja gospel Jefferson & Suellen para o show de encerramento do evento, em 29 de novembro de 2025. De renome nacional, a apresentação custará R$ 160 mil. O cachê é o comumente praticado pelo mercado para a dupla, que são estrelas do mundo gospel. Suas músicas já foram reproduzidas nas plataformas digitais como Spotify e YouTube Music bilhões de vezes. Logo, não há nada de errado na contratação.

É preciso pontuar também que a comunidade evangélica araucariense é superior a 41 mil habitantes. Gente pra caramba, que também tem o direito de ser atendida por políticas públicas culturais e de entretenimento. Se levarmos em conta então que a chamada Marcha para Jesus é um evento cristão (ou seja para todos os que acreditam em Jesus Cristo) alcançamos quase a totalidade da população araucariense. E isso só corrobora a legitimidade do evento e a necessidade de que o Poder Público olhe sim com carinho pra ele.

Também é necessário ressaltar que os valores investidos neste tipo de promoção cultural não estão sendo retirados de nenhuma outra secretaria municipal. Não é dinheiro da Saúde. Não é dinheiro da Educação. Não é dinheiro da Segurança Pública. É simplesmente o dinheiro da Cultura sendo investido em Cultura. Algumas pessoas podem até não gostar desta destinação. Podem não concordar com ela, mas não é honesto distorcer a realidade dos fatos.

Edição n.º 1481.