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Pesquisas e estudos populacionais são unânimes em apontar que a pirâmide etária brasileira está mudando rapidamente. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país possui aproximadamente 23,5 milhões de pessoas acima dos 60 anos (cerca de 12% da população) e esse número deverá triplicar até 2050. São dados que ressaltam cada vez mais a importância do planejamento e cuidados para um envelhecimento saudável.

Nesse sentido, um dos maiores desafios apresentados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é a promoção do enve­lhecimento ativo, que visa criar um ambiente propício para que idosos encontrem um equilíbrio biopsicossocial com a promoção de ações preventivas de saúde, participação e socialização. A ideia é evitar que o aumento da expectativa de vida resulte em uma queda da qualidade de vida.

É inevitável a diminuição da capacidade física conforme ficamos mais velhos, porém existem formas de atenuar esse processo, prevenir a incidência de doenças crônicas e oferecer condições para que o idoso possa buscar seu bem-estar e independência. Para isso a participação do poder público é essencial tanto na divulgação de informação quanto na oferta de equipamentos, programas e ações que estimulem a prática saudável, a convivência e garantia de direitos.

A pesquisa Pnad 2015: Prática de Esporte e Atividade Física apontou que atualmente apenas 27% dos brasileiros na faixa etária de 60 anos ou mais praticam regularmente atividades físicas. Ou seja, ainda temos um número pequeno de pessoas praticando atividades que não apenas permitirá um envelhecimento mais saudável, mas que também contribuirá para me­lhorar os índices sociais e de saúde dos municípios.

Avanços nesse cenário necessariamente passam pela ampliação de serviços descentralizados, intersetorialidade de secretarias e atendimentos de acordo com a realidade de cada região. Em Curitiba, para citar um exemplo, a Secretaria Municipal do Esporte, Lazer e Juventude (Smelj) desenvolve atividades especificamente para o público idoso em dez modalidades diferentes, que vão desde hidroginástica até musculação e bocha.

Ao conversar com esses idosos, muitos apontaram que começaram a praticar atividade física por indicação médica, mas continuaram mesmo depois de resolverem o problema inicial. Isso acontece porque ao longo das ati­vidades fizeram novas amizades, se divertiram e passaram a ter mais disposição para executar as tarefas do dia a dia. Sentiram-se valorizados como indivíduos e com me­lhores condições de ter uma participação ativa na sociedade.

O envelhecimento da faixa etária no Brasil representa diversos desafios e oportunidades que precisamos estar preparados para atender. Isso implica em planejar e executar ações que reconheçam as contribuições que a terceira idade já realizou, estimular a atividade física como ferramenta de prevenção e disponibilizar diferentes programas que criem condições adequadas para que os idosos tenham autonomia e desfrutem na sua plenitude esse período de suas vidas.

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