Hoje é dia internacional da mulher, um dia de reflexão e de reforçar a luta pela vida e em defesa dos direitos das mulheres. No mundo todo mulheres tem se unido e ido para as ruas neste 8 de março, para lembrar as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres ao longo dos anos. Conquistas estas que precisam seguir acontecendo para que TODAS possam ser LIVRES!
Observando os dados da condição da mulher no Brasil, vemos que há uma luta grande ainda a ser feita! Para começar em 2016 havia cerca de 44% de mulheres empregadas no mercado de trabalho. Com a Reforma Trabalhista, as demissões foram em massa, entretanto as readmissões foram de homens em sua maioria. Ao mesmo tempo que as mulheres são a maioria da população (51,5%), elas também são a maioria desempregada (54,1%). Ou seja, as mulheres têm sofrido muito mais com o desemprego.
Além da jornada de trabalho as mulheres trabalham cerca de 21h em domicílio (cama, mesa, banho). Enquanto os homens trabalham cerca de 11h, com a função de pequenos reparos/manutenção. Sem contar que mesmo elas tendo mais estudo, a média salarial ainda é muito inferior à dos homens.
Outro problema enfrentado pelas mulheres é a violência dentro e fora dos locais de trabalho. Nos locais de trabalho sofrem continuamente assédio sexual provocado pelas chefias, pressão e humilhação que levam ao adoecimento, dificuldades para acompanhar os filhos ao médico, ausência de creche no local de trabalho e falta de vagas em creches públicas.
Aqui em Araucária a luta contra o machismo perpassa também a gestão pública. Uma de nossas dirigentes tem sentido na pele o machismo e a perseguição política, orquestrada pela atual gestão. No início de fevereiro a liberação sindical da diretoria, Fernanda Lima do Amaral foi retirada sem nenhuma justificativa cabível da gestão, já que todos os trâmites para a liberação foram feitos pelo sindicato dentro dos conformes.
Além disso, a cada mesa de negociação, a gestão faz questão de demonstrar todo o seu machismo quando ataca as dirigentes do sindicato, buscando diminuí-las em sua função em um total desrespeito, quando são confrontados. O mesmo aconteceu durante uma reunião do Conselho Municipal de Política Cultural ano passado, em que o secretário de Cultura de Araucária quando questionado, agrediu verbalmente uma das conselheiras na reunião usando palavras chulas e fazendo insinuações desrespeitosas.
Em novembro passado nove guardas municipais mulheres foram vítimas de pichações preconceituosas feitas dentro de um banheiro da sede da Guarda Municipal. A frase que insultava as trabalhadoras foi pichada num banheiro de uso comum dos guardas e em seguida, acrescentado o nome das nove integrantes da corporação.
Exemplos tristes e reais de tudo aquilo que lutamos CONTRA nesse dia 08 março! A violência que se espalha, o assédio moral, o número de estupros, agressões e feminicídio aumenta cada vez mais e as vítimas são na maioria mulheres pobres e trabalhadoras. Se negra, o sofrimento é a ainda maior, salários menores, trabalhos mais precários e o preconceito que ainda está impregnado nessa sociedade que se utiliza do gênero e da cor para ampliar a desigualdade e aumentar a miséria.
Pela vida das mulheres, em defesa dos direitos e pela democracia! Nenhuma mulher a menos! Nenhum direito a menos!
Publicado na edição 1103 – 08/03/2018