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Jesus era um cidadão comum, nascido em Belém, morador de Nazaré, filho de José e Maria, até o dia do seu batismo. Neste dia, o céu se abriu e das nuvens veio uma voz forte que dizia: ‘este é o meu filho amado em quem coloco toda a minha complacência. Escutai-o’. O Espírito Santo desceu sobre ele e ele começou então a sua vida pública, revelando-se filho de Deus, através de palavras, gestos e ações. A partir deste momento, Jesus deixa Nazaré e se desloca até às margens do mar da Galileia, onde vai revelar a boa nova do Reino de Deus. Começa a sua missão que terá uma duração de três anos, quando então, ele será morto na cruz, mas, a cruz não terá a última palavra, pois ele vai ressuscitar. E após a ressurreição, os apóstolos vão sair pelo mundo, anunciando o seu evangelho a toda a criatura.

O batismo é o grande divisor de águas na vida de Jesus. De um homem comum, vivendo na cidade pacata de Nazaré, provavelmente como carpinteiro, começa a pregar, a anunciar o Reino de Deus, revelando o verdadeiro rosto de Deus, o seu Pai. Acontece uma verdadeira transformação em sua vida, e, cheio do Espírito Santo, ele visita povoados, aldeias, frequenta as famílias, cura os doentes, expulsa os demônios, vai ao encontro dos excluídos e marginalizados, almoça com os pecadores e apresenta uma face de Deus profundamente amorosa, misericordiosa e cheia de compaixão com os mais fracos.

Jesus deveria ter em torno de trinta anos quando é batizado por João Batista, e, guiado pelo Espirito Santo, anuncia a boa nova do Reino. Seu jeito de ser é realmente encantador, sempre pronto para ajudar os mais necessitados, fazendo tudo com um amor sem limites, como nunca ninguém tinha feito até então. Ele atrai as multidões, sobretudo, aquelas mais famintas, abandonadas, como ovelhas sem pastor. São os pobres os seus prediletos, porque deles é o Reino dos céus. Todos estão encantados com este fenômeno, nunca visto outrora, tão cheio de compaixão e misericórdia com os mais sofredores da sociedade.

Gosto de imaginar Jesus andando pelas margens da Galileia, visitando as pessoas, parando para escutar os desanimados, tocando naqueles decaídos e ajudando-os a levantar-se e acreditar que é possível recomeçar. Imagino o Mestre junto com os pecadores, levando a eles a esperança da conversão, falando do imenso amor de Deus por cada um deles. Do outro lado, observo como os fariseus, os doutores da lei, estão sempre prontos para julgar e a condenar as suas atitudes. Eles estão escandalizados com o jeito de ser, de viver, de acolher do mestre, tão diferente do modo como eles atendiam as pessoas, sobretudo, os sofredores.

Assim como o batismo de Jesus mudou radicalmente a sua vida, o batismo de cada um de nós é também um marco, um acontecimento que mudou a nossa existência. O batismo não é apenas um costume, uma obrigação dos pais, ou para tirar sapinho ou mau olhado, mas nos torna filhos de Deus e membros de uma comunidade. Os pais são os educadores da sua fé, e, tem o sublime compromisso de educar seus filhos no caminho de Deus. Assim também os padrinhos devem ser testemunhas do amor de Deus e ajudar os pais na educação da fé dos seus afilhados. No fundo, o batismo nos compromete a sermos homens e mulheres neste mundo, sinais do amor e da misericórdia de Deus. O batizado tem a sublime missão de ser sal da terra e luz do mundo. Seguindo o exemplo do Mestre, que mudou radicalmente a sua vida no dia do seu batismo, renovemos diariamente o nosso batismo, através do nosso amor gratuito, servindo a Deus e à nossa Igreja, vivendo a nossa fé em comunidade.

Publicado na edição 1195 – 16/01/2020

O BATISMO DE JESUS E O NOSSO BATISMO

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