Nesta segunda fase da campanha de conscientização e mobilização para a vacinação contra a Covid-19 na região Sul do País, o público chamado, de acordo com o cronograma estabelecido pelos órgãos de saúde, receberá orientações sobre a importância da imunização. No primeiro mês, as instituições participantes intensificaram as ações de combate às fake news relacionadas ao assunto.
A iniciativa é da Fundação Araucária, que mobilizou 15 instituições ligadas à ciência no Paraná, além da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), que aderiram à campanha.
“Embora haja uma grande expectativa da maioria da população pela vacinação, a disseminação de fake news causou certa insegurança em algumas pessoas. Por isso, além de continuar combatendo a desinformação, a campanha também busca orientar quem está sendo convocado pelas secretarias da saúde sobre a importância da vacina. Neste momento voltamos as ações para os idosos”, explicou o presidente da Fundação Araucária Ramiro Wahrhaftig.
Moradora da cidade de Rio Branco do Sul, Palmira Teixeira de Godoi, que acaba de completar 90 anos, estava ansiosa para ser imunizada. “Eu estava esperando a vacina e a família também. Quem estava aqui comigo na hora ficou muito alegre. Agradeci muito às meninas que vieram me vacinar em casa. Agora estou só esperando que venham me dar a segunda dose”, comemora dona Palmira.
Já são duas pessoas imunizadas na residência, o que aumenta a alegria da família. A filha de dona Palmira, Terezinha Teixeira de Godoi Pinto, é auxiliar de dentista no posto de saúde da cidade e já tomou a segunda dose.
O diretor do Laboratório de Ensino e Pesquisa e Analises Clínicas da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Dennis Armando Bertolin, reforça a necessidade da vacina para combater a pandemia. “Com base nas vacinas nós conseguimos controlar várias doenças graves que assolam na comunidade e ainda nos preocupam. Usar a vacina é o mesmo raciocínio de porquê utilizar um cinto de segurança, embora eu dirija o carro corretamente.”
O alerta das autoridades de saúde é para que a população respeite o cronograma de vacinação de cada município para evitar aglomerações e filas desnecessárias. Além de não deixar de se imunizar. A farmacêutica-bioquímica da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Elisângela Gueiber Montes, explica que a vacinação é uma responsabilidade coletiva.
“Quando você escolhe não tomar a vacina, além de correr o risco de ficar doente e desenvolver a Covid, você também será um possível hospedeiro para que o vírus se replique em você. Poucas partículas que inicialmente se infectaram agora podem se tornar milhares, contaminando as pessoas por aí.”
Ela completa que quanto maior o número de pessoas vacinadas menos vírus haverá circulando no ambiente e a doença será eliminada mais rapidamente.
NOTÍCIAS FALSAS
Fazem parte da lista de fake news relacionadas à vacina contra o novo coronavírus: vacina contra a Covid pode causa câncer e HIV; pode infectar com o coronavírus; voluntários dos testes já morreram por terem se submetido ao uso das vacinas; vacinas são derivadas de células de fetos abortados, entre outras.
“A vacina não tem o potencial de causar mutações no nosso DNA, que seria algo extremamente necessário para um processo de desenvolvimento do câncer que é uma doença multifatorial”, explicou a professora de Imunologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL) Karen Brajão de Oliveira.
Ela ressaltou ainda que a vacina é produzida a partir de micro-organismos inativados, como as vacinas de poliomielite, hepatite A e da gripe. “As vacinas passam por um rigoroso controle de qualidade durante a sua produção e o vírus que está ali dentro, o novo coronavírus, está morto, inativado. Não há outros micro-organismos ali presentes. Então, não há nenhuma possibilidade de transmissão de HIV, por exemplo. Esta notícia é totalmente falsa”, esclareceu.
Entre as principais ações da campanha pela vacinação, pesquisadores e formadores de opinião, por meio de vídeos e entrevistas, enfatizam a importância da vacinação para erradicar a epidemia da Covid-19 e conclamam todos a confiarem na ciência e nas vacinas.
Participam da campanha representantes da Fundação Araucária, da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, das sete universidades estaduais, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), do Instituto Federal do Paraná (IFPR), da Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar), Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e Universidade Tuiuti do Paraná.
Texto: Agência de Notícia do Paraná