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A música é uma linguagem artística à qual todos estamos expostos. Do fone de ouvido que usamos no ônibus ao som ambiente da sala de espera no dentista; do show do artista famoso àquele violão tocado no quarto; do jingle da farmácia à trilha sonora de um filme de sucesso indicado ao Oscar; lá está ela, entretendo, emocionando e convivendo conosco. Não há como ficar omisso à sua presença, queiramos ou não, seremos afetados de alguma forma.

Mas você sabia que a música não é só entretenimento, também é educação e pode ajudar no desenvolvimento das crianças? Pois bem, uma série de estudos têm buscado compreender a influência que essa linguagem exerce sobre as emoções e os processos de aprendizagem do ser humano, independentemente da idade, porque em todas as fases da vida somos capazes de aprender sobre ela e por meio dela. Portanto, a música consiste numa ferramenta poderosa para se ampliar o crescimento intelectual, tanto no ambiente escolar quanto fora dele.

Vamos listar alguns dos seus benefícios voltados à aprendizagem: o aumento da memória, a potencialização da capacidade de leitura (porque sua escrita envolve códigos específicos, que precisam ser assimilados pelo estudante), o maior controle motor e rítmico (porque aprimora os movimentos e a percepção auditiva), o desenvolvimento das relações interpessoais (devido ao caráter coletivo inerente à prática musical), a interpretação textual (quando se considera o universo da canção, que liga a música a elementos poéticos), entre outros estímulos à atividade cerebral.

Todos esses benefícios parecem ser possíveis de se atingir somente por meio da mediação de um sistema educacional em música, que envolva metodologias de ensino adotadas nos conservatórios e escolas especializadas do segmento. A boa notícia é que não precisa ser exatamente assim. Por óbvio, tais instituições mostram-se essenciais para a formação de um músico que vá seguir carreira como instrumentista, compositor ou cantor, porém, mesmo que não haja a disponibilidade desse tipo de sistema, o simples contato com a música vai propiciar boa parte das vantagens cognitivas que mencionamos. Isso vem desde muito cedo na vida da criança, ainda no ventre materno. Quer um exemplo? Os batimentos cardíacos, que nada mais são do que uma pulsação rítmica constante, algo que a música considera como “métrica”. Mais um? Quando o bebê bate com a colher na mesa e esparrama a comida, ele está explorando acentuações rítmicas deslocadas do tempo forte do compasso, o que a música chama de “síncope”. Outro? Antes de começar a falar, a criança experimenta diferentes possibilidades sonoras através de sua voz, combinando sons de diferentes alturas (agudos, médios e graves), o que a música classifica como “intervalo”.

Enfim, poderíamos dedicar várias linhas para esse prazeroso exercício mental, inclusive reinterpretando cada um dos exemplos citados através de outros parâmetros sonoros ou critérios diferentes dentro da teoria musical, mas fechamos por aqui com o seguinte convite: vamos abrir os ouvidos para sermos impactados de forma consciente pela música que está à nossa volta?

Texto: Priscila Aparecida e Romero Derevecki
Departamento do Ensino Fundamental

Publicado na edição 1255 – 01/04/2021

Vamos falar sobre música?
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