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Padre André Marmilicz: Há mais alegria em dar do que receber
Quando Jesus enviou aos seus discípulos o Espírito Santo, surpreendentemente esses começaram a falar e, todos os que os escutavam, provindos de diversos lugares, os compreendiam na sua própria língua. Será que eles viraram poliglotas de uma hora para outra? Claro que não! Eles continuaram sendo os mesmos homens, a maioria pescadores, rudes, lá da Galileia. Mas, dentro deles se desatou algo que preencheu todo o ambiente externo: o amor, movido pela ação do Espírito Santo. É essa a linguagem que se tornou universal e acessível a todos que os escutavam. É a linguagem que aproxima, que une, que gera comunhão entre as mais diversas nacionalidades.

Movidos pelo fogo que brotava de um coração cheio do Espírito Santo, eles saíram pelo mundo afora, pregando o evangelho de Jesus. De dentro deles emanava um amor capaz de abraçar a todos, independente de raça, de cor e de religião. Todos eram acolhidos e incluídos, e, daí, nasceu a Igreja Católica, ou seja, Universal. Esse amor atraía as pessoas que deles se aproximavam e, despertava nelas o mesmo gosto e desejo de seguimento ao Senhor. Mesmo entre perseguições, prisões, calúnias, açoites, eles permaneciam fiéis e animados na missão, porque o amor de Jesus os impelia a seguir sempre em frente. Nada os fazia desanimar e largar esse compromisso de evangelizar todos os povos. Claramente eles entenderam que o Espírito de Deus é amor que se expande a todos e a todas, em todos os confins da terra.
O papa Francisco convocou a Igreja para um Sínodo sobre ‘Sinodalidade’, que quer dizer ‘Caminhar Juntos’. E, somente guiados pela ação do Espírito Santo, será possível realizar um caminho de irmãos, como construtores do Reino de Deus. É Ele que revela o amor de Deus, que desperta o coração das pessoas, para buscarem juntas a construção de um mundo melhor. O amor impulsiona, nos faz sair de nós mesmos e, ir ao encontro do outro, sobretudo, do mais fraco e necessitado. Quem ama, não guarda para si o dom precioso da vida, mas, a coloca a serviço dos outros. Naturalmente, tem sede de fazer o bem, de ajudar, de se doar, de se entregar em prol do irmão. É impossível alguém dizer que ama, se vive fechado em seu mundo, em seu egoísmo, em seus interesses, naquilo que lhe traz vantagens.
A festa do Espírito Santo é na verdade a grande festa do amor que se espalha, que partilha, que se coloca a serviço do outro. Foi assim que os apóstolos deixaram tudo e se colocaram em saída, anunciando a Boa Nova do Evangelho a todos os povos e nações. É assim que somos impulsionados hoje a sair, a estarmos sempre prontos a ir ao encontro de quem sofre, de ajudar a quem necessita, a levar uma palavra de conforto que brota do Espirito de Jesus e que se transforma em amor aos irmãos. Quem diz que ama a Deus, mas odeia o próximo, é um mentiroso, nos afirmou o próprio Mestre.
Na festa do Espírito Santo, o Senhor nos convida a sermos homens e mulheres comprometidos em levar ao mundo o amor que salva, que cura, que se solidariza, que é compassivo e misericordioso. Podemos ser uma gota no meio do oceano, mas, se outras gotas se juntarem a nós, faremos a diferença e ajudaremos a construir um mundo mais fraterno, mais humano e mais irmão, porque alicerçado no amor de Deus.

A linguagem do Amor

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