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Padre André Marmilicz: Há mais alegria em dar do que receber

Uma das figuras mais emblemáticas e significativas em nossa vida, é a do nosso pai. Nesta palavra tão curta, está contida a história de um homem único, impar, que, com certeza, marcou profundamente a nossa existência. A imagem daquele homem, muitas vezes sério, sisudo e, em outras, alegre e sorridente, está contida a nossa própria história. Ele, através de palavras, de exemplos, dos valores repassados, nos tornou, de certo modo, bastante parecido com ele. O que somos, o que acreditamos, o que colocamos como central em nosso cotidiano, em certa parte, herdamos dele. Claro, quando adultos, os filhos acabam seguindo seu próprio caminho e, infelizmente, nem sempre aquele, testemunhado e pregado pelo pai. Mas, as marcas daquele homem, estarão sempre impregnadas em nossa própria vida.
Pai é aquele que, com firmeza, com voz grave e firme, aponta o caminho para seus filhos em crescimento. É ele, que com sua presença marcante, ajuda a entender a vida, com suas alegrias, mas, também, com suas exigências e desafios. Me lembro com saudades do meu pai, que, por inúmeras vezes me fez sentar ao seu lado, para escutar suas histórias sofridas, mas, vencidas. Ele não teve a alegria de conviver com seu pai, pois, um acidente trágico tirou sua vida quando ele ainda era muito pequeno. E eu, ali, no silêncio, ouvindo sua voz firme e decidida, agradecia a graça de tê-lo para me orientar e apontar os caminhos da vida. Sou imensamente grato ao meu pai, por tudo o que dele aprendi e, sobretudo, por ter exercido com galhardia, essa missão árdua de sustentar 10 filhos e dar-lhes a devida educação. Nem sempre meu pai foi um homem doce, até porque a situação exigia firmeza e pulso forte, para bem orientar toda a família.
Os tempos, com certeza, são outros, mas a missão continua a mesma: apontar o caminho da vida para o seu filho. Certa vez um pai disse para seu filho: ‘filho, veja com quem você anda’ e o filho respondeu, ‘olha você pai com quem anda, porque eu sigo os seus passos’. Do pai sempre esperamos uma palavra firme, orientadora, que aponte, através do exemplo e do testemunho, o caminho da vida. Feliz o filho que tem um pai presente, que não se esquiva diante da sua missão de apontar a direção a ser seguida. O seu pulso firme, sua voz forte e decidida, são um verdadeiro elixir da vida para seu filho. Pai que não intervém, que não impõe limites, que, mesmo vendo o erro, não corrige, com certeza, estará deixando de exercer sua nobre missão de educador.
Desde o ventre materno, a voz masculina do homem-pai, vai dando segurança para aquele filho prestes a nascer. E, depois, durante os primeiros anos da vida de seu filho, sua presença será fundamental para orientar, impor limites, ser um guia seguro, firme e terno ao mesmo tempo. Quando vejo pais inertes, parados, fazendo pouco caso das atitudes desordeiras de seus filhos, me preocupo. Impor limites, ser ético, mostrando o certo do errado, é missão preponderante do pai. Filho que cresce sem limites, poderá ser no futuro alguém incapaz de conviver de modo saudável na sociedade. A missão do pai é ajudar a discernir, através do diálogo, o que pode e o que não pode fazer. A conversa com o filho é indispensável, mas, sem brigas ou imposições. Para meu pai, minha sincera gratidão, mesmo que já esteja na glória. E você, filho, neste dia tão especial, dê um abraço caloroso no seu pai como forma de eterna gratidão.

A você Pai, a nossa eterna gratidão

Publicado na edição 1324 – 11/08/2022

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