Alunos exigem e SMEL mantém professor de judô
Os alunos se encontraram no Parque Cachoeira na última quarta-feiraAlunos exigem e SMEL mantém professor de judô
A SMEL atendeu o pedido e devolveu o cargo ao sensei Xico na quinta-feira, dia 21

Judocas, pais e amigos do esporte se reuniram no Parque Cachoeira na tarde da última quarta-feira, 20 de fevereiro, para fazer um pedido especial: “aulas de Judô de verdade”. Segundo eles, isso estava garantido no início deste ano, mas, por algum problema, a situação se inverteu. “Pelo que sabemos, o professor Francisco já havia sido contratado diretamente pelo secretário Olizandro Junior, então nós estávamos tranquilos de que nossos filhos continuariam com um bom professor”, conta o pai de um dos atletas.

Segundo ele, o direito dos alunos foi tirado na última sexta-feira, 15 de fevereiro, durante o treino de Judô. “Chamaram o Xico para a Secretaria de Esportes, e ele saiu no meio do treino”. Sem saber o que o esperava, o professor atendeu prontamente à convocação. “Fui até lá e me dispensaram sem nenhuma explicação. Tive que voltar ao treino e dar a notícia aos meus alunos, que ficaram muito chateados, pois já tínhamos feito nosso planejamento para 2013”, recorda.

Além de perderem o professor que os havia acompanhado na jornada rumo ao Campeonato Brasileiro, os alunos descobriram que o substituto enviado para a modalidade era um professor de educação física com boa vontade, mas pouca experiência. “Ele está bem longe de ter o primeiro grau da faixa preta”, afirmaram os atletas.

Essa afirmação, de acordo com o sensei Luiz Iwashita, presidente da Federação Paranaense de Judô, é muito séria. “Para que a pessoa seja responsável por uma entidade, ela precisa ter, no mínimo, o terceiro grau da faixa preta. O máximo que pode acontecer, é alguém com faixa marrom atuar como auxiliar do técnico que tem a graduação exigida”, explica. Ainda segundo o presidente, isso também se encaixa no caso de professores formados. “Nós temos até um acordo com o Conselho Regional de Educação Física para que eles supervisionem essa situação. Inclusive, teve um caso em Foz do Iguaçu que o professor foi impedido de dar aulas”.

Além da necessidade de qualificação para ocupar o cargo, o técnico precisa ajudar os alunos mais experientes a continuarem obtendo bons resultados nas competições a nível estadual e nacional. “Ano passado, nós tivemos alunas de araucária que ficaram no ranking da Federação e até vão receber uma bolsa do estado. Só que, para isso, elas precisam treinar forte e manter os mesmos resultados nas grandes competições do país”, afirma o professor Xico.

Resultado
Os alunos sabiam disso, e correram atrás do direito de ter um técnico que cumprisse as exigências da Federação. Assim, depois de muita ansiedade dos alunos, pais e do próprio professor, que viu o sonho de seus atletas ser jogado às traças, a SMEL decidiu agir. “Antes que saíssemos na passeata de quarta-feira à tarde em direção à Prefeitura, o secretário Olizandro Junior apareceu no Parque Cachoeira e conversou conosco”, conta Tímio Deusdiante, pai da judoca Camilla. “Ele tentou negociar outras maneiras para solucionarmos o problema, mas o pessoal foi incisivo e ele acabou nos acompanhando em uma conversa com o secretário de governo”, completa.

De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, a conversa deve ter dado certo, pois o professor Francisco já foi recontratado. “O Olizandro Junior me ligou na quinta-feira, e eu aceitei retornar. Já entreguei a documentação e volto ao trabalho no próximo dia 1º”, informa o sensei.

Com o pedido aceito, os judocas da cidade e seus familiares aproveitam para agradecer. “Foi muito bom perceber que o secretário veio conversar com a gente e olhar nos nossos olhos para saber o que estava acontecendo”, conta Tímio, que também agradece o apoio da Federação Paranaense de Judô, na pessoa do sensei Luiz Iwashita. “Ele até deixou que nossos atletas treinassem na academia dele, e a experiência foi única para os alunos”, finaliza.