Aluna Edivânia, que participou de uma dinâmica sobre as drogas, professora Selma Leal e os palestrantes: Stephani e Vinícius
Os alunos Stefhani Eduarda e Vinícius Maurício, do 6º ano da Escola Nadir Nepomuceno Alves Pinto, foram convidados a expor um trabalho sobre o uso do narguilé durante o Seminário Regional Nepso – Nossa Escola Pesquisa Sua Opinião – Polo Paraná, que acontece no dia 27 de novembro, na Universidade Federal do Paraná (UFPR).
O projeto “Narguilé: droga ou curtição?” é baseado na metodologia Nepso, que prevê, inicialmente, a escolha de um tema para que os alunos pesquisadores passem a estudar sobre o assunto escolhido até que tenham uma base para elaborar um questionário para a pesquisa de opinião. Stefanhi e Vinícius, assim como os demais alunos dos sextos anos, trabalharam em cima deste tema desde o início do ano letivo.
O trabalho dos alunos também faz parte de um dos 19 projetos desenvolvidos durante este ano em 14 escolas, em uma faculdade e um CMEI no Paraná. Deste total, 10 são projetos realizados por escolas municipais de Araucária, entre elas a Escola Nadir.
A professora Selma Soczecki Leal, orientadora do projeto, comentou que o tema narguilé surgiu pela dúvida proposta no título do projeto, uma vez que os próprios alunos observaram um forte consumo entre a comunidade e também constataram a falta de informação sobre este uso. “Este projeto me ensinou a ver o mundo de forma diferente, descobri que todos têm dúvidas”, afirmou Vinícius, um dos alunos palestrantes.
Após várias investigações sobre o assunto, que envolveu um trabalho interdisciplinar, o aluno Lucas Elismar compôs o Rap do Narguilé, incentivando um grupo composto pelas alunas Renata, Daiane, Bruna Silveira, Larissa, Laiane, Janaina, Liliam, Maíra, Iohana Kaliny e Bruna Carolina a montar uma coreografia para essa música. “É um dos momentos mais interessantes, pois torna a palestra dinâmica e interativa, o que ajuda a chamar a atenção dos jovens”, conta a professora.
Os alunos do 6º ano também fizeram um comparativo do narguilé com o cigarro e constataram que é válido o alerta emitido pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) no dia Nacional de Combate ao Tabaco. Eles descobriram que as substâncias colocadas no narguilé são tão ou mais nocivas à saúde, principalmente porque os jovens vêm inovando o uso, trocando a água colocada no aparelho por álcool e ainda adicionando maconha ou crack. “Essa prática tem tornado essa ‘curtição’ em uma verdadeira armadilha, pois nem sempre todos que estão na roda fumando sabem que essas outras drogas estão presentes no aparelho”, explica a professora.
Repassando conhecimentos
Os alunos Stefhani Eduarda e Vinícius Maurício já apresentaram a palestra sobre o uso do narguilé durante a 5ª Mostra Interdisciplinar da Escola Nadir, realizada no dia 10 de novembro, na Escola Municipal Fonte Nova no dia 26 de setembro, e no CEI Monteiro Lobato, em Curitiba, no dia 26 de outubro.
Durante a Mostra, os alunos também apresentaram para os visitantes o resultado da pesquisa de opinião que aplicaram na comunidade com o objetivo de verificar se as pessoas consideram as substâncias colocadas no narguilé como droga. “A pesquisa de opinião no ambiente escolar funciona como uma tecnologia social, na qual o aluno problematiza uma situação real do meio no qual está inserido, e passa a verificar quais as consequências dessa situação, podendo, dessa maneira, interferir na sua realidade”, disse a professora Selma.
“Eu achei muito importante participar desse projeto, pois aprendi coisas que eu não sabia e também pude passar essas informações para meus pais, parentes, amigos e jovens de outras escolas”, disse a aluna Sthefani.
Para o diretor da Escola Nadir, Rafael Torquato, outro resultado positivo desse trabalho foi o fortalecimento da parceria entre a escola e a Guarda Municipal. “A GM ajudou na construção do conhecimento do tema, se dispondo ainda a acompanhar esses alunos nessas palestras, aproveitando também o resultado dessa pesquisa para empregá-lo em seu trabalho”, finalizou.