No Szymanski, os portões ficam trancados e alunos se preocupam
O incêndio que resultou na morte de dezenas de pessoas na boate Kiss, no Rio Grande do Sul, ainda está dado o que falar. Após a tragédia, órgãos responsáveis em todo o Brasil intensificaram as vistorias em casas noturnas e locais onde há grande concentração de pessoas para que atentassem às normas de segurança.
Porém, em muitas cidades, as escolas, que também reúnem grande número de alunos, foram relegadas a um segundo plano. Em Araucária, por exemplo, alunos reclamam da falta de saídas de emergência no Colégio Estadual Prof. Marilze da Luz Brand, no Centro.
A única porta do prédio é usada para entrada e saída de alunos, professores e funcionários. Pra piorar, a escola funciona no andar superior ao Salão Paroquial da Igreja Matriz Nossa Senhora dos Remédios e pra sair do local é preciso descer muitos lances de escada. “Se acontecer algum incêndio aqui a gente tem que sair pelas janelas, porque o tumulto pela porta será demais”, reclamou um aluno. “A escola também não possui sinalização indicativa de fuga se houver alguma emergência”, disse outro aluno.
De acordo com a diretora Laís Silveira de Moraes, desde que o governo do estado determinou que o colégio funcionasse no salão paroquial, foram feitas todas as adaptações necessárias para poder abrigar os alunos da melhor forma possível. “É preciso deixar claro que o prédio não foi projetado para ser uma escola e por isso tem diversos problemas de estrutura”, comentou.
Laís disse ainda que já protocolou pedido junto à Secretaria de Estado da Educação (SEED) para construção de uma nova sede para o colégio, inclusive já existe um terreno em vista e as negociações prosseguem.
Perigo à vista
Outro problema denunciado por leitores ao Jornal O Popular foi com relação ao Colégio Estadual Julio Szymanski. Segundo alunos, todas as saídas do colégio ficam trancadas com cadeados e pra sair é necessário chamar alguém da secretaria.
“Às vezes a gente quer sair, mas não tem ninguém próximo com as chaves. Agora fico imaginando se der alguma confusão e as pessoas precisarem sair rápido do local. Até chegar a pessoa com a chave aquilo vai gerar um grande pânico”, comentou o denunciante.
A diretora auxiliar do Szymanski, Cristiane Tessari, explicou que não é possível deixar os portões abertos por questões de segurança dos próprios alunos. “Sabemos que nas escolas têm acontecido grandes acidentes justamente pelo livre acesso de estranhos. Por isso é que trancamos os portões, mas posso garantir que as chaves estão sempre próximas. Talvez a demora em abrir que alguns alunos reclamam é por questões de segurança também pois quando o aluno quer sair fora do horário, precisamos antes investigar com a família o porquê desta saída e isso requer um certo tempinho”, reiterou.
A diretora comentou ainda que o prédio do Szymanski tem 50 anos e, provavelmente, quando foi construído as exigências de segurança eram outras. “É por isso que aguardamos ansiosos pela reforma do prédio, onde todas estas questões terão que ser repensadas”, concluiu.