O Ministério da Saúde divulgou recentemente o acesso à mamografia no SUS para mulheres de 40 a 49 anos. Essa faixa etária concentra 23% dos casos da doença e a detecção precoce aumenta as chances de cura. A partir de agora, as regras anteriores, que dificultavam o acesso a esse grupo etário, serão revogadas.

Em Araucária, a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) informa que está se organizando para atender à recomendação do Ministério da Saúde, o que representa um acréscimo estimado de 24 mil pacientes à rede assistencial do município, ou seja, praticamente irá dobrar o número de pacientes. Diante desse cenário, a SMSA reforça a necessidade de ações coordenadas, com foco em planejamento e organização dos fluxos de atendimento.

Para garantir a cobertura adequada e o acesso oportuno aos serviços, estão sendo ampliados os quantitativos de exames de mamografia nas seguintes unidades e parcerias: Hospital Municipal de Araucária (HMA), Consórcio Intermunicipal COMESP e Rede credenciada.

“Essa medida visa fortalecer a capacidade de resposta da rede frente à nova demanda e assegurar a continuidade da atenção integral à saúde da mulher. Lembramos ainda que a porta de entrada para atendimentos na área de saúde acontece via unidades básicas de saúde”, destacou a SMSA.

CÂNCER NÃO ESCOLHE IDADE

O câncer não mede idade e pode ser diagnosticado até mesmo em pessoas mais jovens. Por isso, a recomendação para as mulheres a partir dos 40 anos, segundo o Ministério da Saúde, é que o exame seja feito sob demanda, em decisão conjunta com o profissional de saúde. Para as mulheres que têm risco elevado, o rastreamento mamográfico pode ser recomendado já a partir dos 30 anos.

Até agora, o protocolo oficial do Sistema Único de Saúde orientava a mamografia apenas para mulheres de 50 a 69 anos, a cada dois anos, mesmo sem sinais ou sintomas. Com as mudanças, o Ministério passa a recomendar que mulheres de 40 a 49 anos tenham acesso garantido ao exame, sem rastreamento obrigatório a cada dois anos; de 50 a 74 anos o rastreamento populacional deve ser bienal; e acima dos 74 anos pode ser feito por decisão individualizada, de acordo com comorbidades e expectativa de vida.

Ainda segundo o Ministério, a expansão da faixa de rastreamento — antes restrita até 69 anos e agora até os 74 — é um ‘chamamento’ para que mais mulheres façam o exame regularmente.

A mamografia é considerada o principal exame de rastreamento do câncer de mama. Ela permite identificar alterações como nódulos, cistos e espessamentos do tecido antes de sinais clínicos. Quando há suspeita, pode ser indicada biópsia para confirmar o diagnóstico.

Edição n.º 1485.