Coordenadora da Casa das Palavras Brincantes assume segmento de teatro
Pela primeira vez o Paraná terá um conselho que se propõe a trabalhar no desenvolvimento cultural do Estado. Ao todo serão 18 representantes da sociedade civil e outros 18 do poder público e gestores de cultura do Sistema S, da Fiep e das Universidades Estaduais e Federais, localizadas no Paraná, conforme estabelecido na Lei 17063/12, totalizando 36 conselheiros. No último sábado, dia 16, aconteceu a eleição para o Conselho Estadual da Cultura (CONSEC) votada pela sociedade civil. Foram eleitos conselheiros de áreas artístico-culturais que irão se juntar aos conselheiros das oito macrorregiões do Paraná. No segmento de teatro foi eleita a representante de Araucária, Ana Paula Frazão, atual coordenadora da Casa das Palavras Brincantes.
“Fico muito feliz sendo eleita, mas também fico um pouco apreensiva, tenho a missão de representar uma classe, um estado”, comemora, ciente de sua responsabilidade. “Temos a proposta de fazer um fórum de teatro para reunir a classe e discutir questões; já conversei com algumas pessoas que afirmaram que já existe um encontro nesse formato; temos muitas coisas para conversar: circulação, execução, pesquisas…”, completa. Para ela, o CONSEC é um importante passo para a organização da cultura do Estado: “Já vi muita coisa não funcionar, estamos caminhando para nos enquadrar no sistema nacional de cultura”.
Apesar de vários objetivos na composição do Conselho, Ana Paula foca suas ações em etapas: “Penso que em um primeiro momento o foco deve ser a organização. Estou com a mente aberta para ouvir a classe, entender o que a cabeça do artista paranaense pensa”. Algumas das atribuições dos conselheiros são: discussão da política cultural do Paraná, formulação das políticas públicas, emissão de pareceres sobre temas relacionados à cultura, incentivo à preservação do patrimônio histórico e cultural, desenvolvimento do plano e acompanhamento da aplicação de recursos do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura do Paraná.
A criação do CONSEC faz parte do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (PROFICE), que será complementado com o Plano Estadual da Cultura. Essas são estruturas que integrarão o Sistema Nacional de Cultura. “Vejo a cultura como modo de pensar, viver e agir. O cidadão tem que se reconhecer como agente cultural; estamos caminhando para um país que pensa uma cultura que não está atrelada à politicagem, que, independente do que aconteça, o programa terá continuidade”, explica.
Para ela, A-raucária, como as demais cidades do Estado, também será beneficiada com o projeto. “Teremos um sistema de leis que dará suporte a essa movimentação cultural. Hoje em Araucária é inviável, não temos plateia, não temos estímulo e não temos como dar sequência ao trabalho. Aqui temos excelentes cursos de teatro; por exemplo, eu fui aluna, tem teoria, tem prática, mas queremos oportunizar a continuidade”, finaliza. Ana Paula também destaca que, pela movimentação cultural que anda fazendo, Tânia Gayer Ehlke, secretária de cultura do município, foi convidada a compor o conselho como suplente de Beto Lança.