Afonso Baja, principal suspeito da morte de Leocádio Roque Woinarovicz, 42 anos, e de tentar matar seu filho Thiago, 23 anos, no dia 06 de maio, na Estrada de Catanduva, região de Campo Redondo, foi preso na segunda-feira, dia 13. Conforme afirmou o Delegado Amadeu Trevisan, o autor se manteve em silêncio no depoimento.

Na tarde de ontem, 16 de maio, nossa reportagem teve acesso ao depoimento da principal testemunha do crime, um agricultor que estaria conversando com a vítima que sobreviveu quando o atirador chegou.

De acordo com essa testemunha, que também é agricultor ele estava em sua propriedade conversando com Thiago, enquanto Leocádio estava em uma máquina a mais ou menos 100 metros deles. Em certo momento, veio um Gol, de cor bordô, em alta velocidade. O automóvel parou no local, Afonso Baja desceu e a testemunha disse que percebeu que ele estava muito nervoso. Afonso, então, se dirigiu até Thiago e falou: “Por que vocês estragaram meu negócio?”. A testemunha disse então que questionou Afonso sobre qual negócio seria e o homem respondeu que a conversa não era com ele e sim com Thiago: “Eu já tinha avisado vocês”, teria completado o autor.

Thiago então respondeu: “O pessoal não quer te arrendar terra porque você não está pagando”. Nisso, de acordo com a testemunha, Leocádio foi chamado por Afonso que logo veio e estacionou seu trator e foi se aproximando do trio. Nesse tempo Afonso voltou a mexer com Thiago: “Então quer dizer que eu não pago o terreno, então você está me chamando de velhaco?”, teria dito. Thiago então teria respondido: “Você é um velhaco”. Neste momento, Leocádio, conforme contou a testemunha, se juntou ao grupo. Afonso sacou do bolso um revólver e disparou duas vezes contra Thiago e duas vezes contra Leocádio, em seguida disse: “Eu já tinha avisado vocês. Era isso que vocês queriam?”.

A testemunha teria tido tempo apenas de gritar para ele não fazer aquilo. Após a queda de Leocádio, Afonso atirou mais uma vez nele, em seguida, apanhou uma munição no chão que caíra do seu bolso no momento que sacou a arma. A testemunha viu os dois de bruços e correu para sua casa a mais ou menos 200 metros dali para pegar seu carro e prestar socorro. Quando voltou, viu Thiago sentado tentando fazer uma ligação no celular. O filho, mesmo baleado, o ajudou a colocar Leocádio no carro e foram em direção ao HMA. A testemunha afirmou que em nenhum momento houve reação das vítimas e que Leocádio morreu sem falar uma palavra. A testemunha ainda afirmou que aquelas terras são dele, mas estavam arrendadas para Leocádio plantar. Por fim, a testemunha disse que conhecia Afonso há anos e que já ouviu dizer que ele, as vezes, era violento e que tinha uma arma de fogo.