Para Jackson, o que hoje é chamado de bullying antes eram apenas brincadeiras de crianças. “A diferença é que hoje tem coisas em proporções bem maiores, e entendemos o quanto isso é prejudicial e nos preocupamos com isso. A sociedade em geral é responsável pela criança, principalmente, falhando o recurso primordial que é a família”, afirmou. Como explica, a violência surge como válvula de escape para quando elas não têm um lugar seguro para “correr”. Por exemplo, o garoto não se sentiu confortável para conversar sobre as ameaças que estava recebendo nem com a família, nem com a escola, então decidiu resolver o problema por conta própria.
“O recurso que a escola, com a ausência da família, tem, é oferecer outra forma de linguagem. Mas para querer que as crianças falem diferente, você tem que ter um espaço e alguém que atenda essa linguagem, que não seja a violência. Pra que a criança se sinta segura em conversar sobre o que acontece sem ser exposta e confiando. Por isso é importante ter um psicólogo escolar/educacional inserido nas escolas. É um espaço de conforto da criança, para que tenha um significado e uma ação efetiva”, explicou.
Uma das dicas para manter as crianças sempre bem observadas e amparadas é a união das famílias e das escolas. “É necessário que a escola entenda que os pais também são vítimas de um contexto desfavorável. Esses encontros não devem acontecer para puxar a orelha dos pais, mas para buscar uma solução”. Por isso, todos que estiverem no meio dessas crianças devem sempre ficar atentos a sinais que podem indicar que algo de estranho está acontecendo, como: ansiedade, retraimento social, violência em lidar com frustrações: “mas o principal é a ausência de linguagem afetiva e proximidade”, finalizou Jackson.