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Câmara chama secretário de Saúde para dar explicações
Apesar dos poucos participantes, audiência durou cerca de três horas

A Câmara de Vereadores realizou na quarta-feira, 26 de junho, uma audiência pública para discutir a situação da saúde em Araucária. O encontro contou com a presença do secretário de Saúde, Wilson Mendes Ramos, que respondeu a perguntas feitas pelos edis e também pelas pessoas que foram acompanhar o evento.

De acordo com o presidente da Câmara, Pedro Gilmar Nogueira (PTN), a decisão de convocar o secretário para uma audiência foi tomada após as mais variadas reclamações que tem chegado ao conhecimento dos vereadores, principalmente por conta da falta de médicos nos postos de saúde e à demora em ser atendido nas unidades 24 horas. “Estamos tentando fazer uma legislatura diferente, mais próxima da população. Então, sempre que sentirmos a necessidade vamos convocar os secretários para dar explicações”, ponderou Pedrinho.

Boa parte do tempo da audiência, que durou cerca de três horas, foi tomada com a discussão acerca do contrato de quase R$ 4 milhões que a Prefeitura possui com uma empresa que fornece serviços de plantões médicos nas unidades 24 horas da cidade. Isto porque existem questionamentos por parte dos próprios vereadores em relação ao valor do contrato e a fiscalização da sua execução. Sobre isso, a diretora técnica da Secretaria, Sandra Viana, que acompanhou Wilson, garantiu que não há irregularidades no acordo e que ele está sendo acompanhado pela Secretaria de Saúde e também pelo Conselho Municipal de Saúde. Wilson, por sua vez, informou que a cópia integral do processo que culminou na contratação emergencial da empresa já foi entregue na Câmara para que os edis o estudem.

Outro ponto cobrado pelos presentes foi a demora no atendimento nas unidades 24 horas, principalmente no período de troca de turnos, que acontece às 7h e às 19h. Também houve a cobrança para que a SMSA aumente o número de médicos nos chamados horários de pico, que seriam entre 17h e 22h. Sobre isto, Wilson e Sandra disseram que a meta de atendimentos prevista em contrato está sendo cumprida pela empresa responsável pelos serviços de plantão. Eles também reconheceram a necessidade de se aumentar o número de médicos no período de pico, mas argumentaram que atualmente faltam médicos no mercado, principalmente para trabalhar entre 17h e 22h.

Uma moradora do jardim Planalto também reclamou da falta de estrutura da UPA instalada no bairro. Segundo ela, dia desses, não havia agulha no local e os profissionais lhe pediram que comprasse o material caso quisesse ser medicada. Wilson reconheceu que, de fato, houve o problema em uma licitação para aquisição do insumo, porém foi enfático ao afirmar que existiam outros quatro tipos de agulhas disponíveis na UPA que poderiam ter sido utilizadas pelos funcionários para aplicar a medicação na paciente.

Os boatos sobre o fechamento do NIS e da própria UPA foram outro alvo do debate. Wilson e Sandra disseram que a Secretaria de Saúde estuda formas para melhorar o atendimento 24 horas na cidade e que existe a possibilidade desses serviços serem reunidos num único pronto atendimento, que seria instalado no antigo Hospital São Vicente de Paulo em virtude da localização central do prédio.

A situação do médico Cid Ferreira, que é marido da deputada federal Rosane Ferreira (PV), também foi abordada. Isto porque a Secretaria e o próprio médico têm sido alvos de críticas em virtude do horário de trabalho de Cid, que é concursado na Prefeitura, mas acaba fazendo um horário diferenciado. Segundo Wilson, apesar de ele não cumprir expediente durante o dia numa unidade de saúde, Cid fica de plantão durante a noite e finais de semana atendendo o Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), que tem como objetivo periciar aqueles casos de morte natural e possibilitar a liberação dos corpos o mais rapidamente possível para que a família possa velar o ente querido. O secretário afirmou ainda que Cid é o responsável por prestar atendimento aos presos da delegacia e os internos de uma comunidade terapêutica conveniada à Prefeitura e que trata usuários de droga. “São três serviços que não conseguimos outro profissional que quisesse executar”, garantiu. Por sua vez, Sandra disse que a Prefeitura ainda conseguiu reduzir o número de médicos que estavam à disposição do SVO. “Até o ano passado, eram três os médicos. Conseguimos reduzir e hoje é só um”, garantiu.
 

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