A informação de que, em 2024, Araucária ocupou a 11ª posição no ranking das cidades brasileiras com mais casos de estupro assusta. E assusta muito!

Porém, a boa notícia – se é que podemos falar em boa notícia para casos assim – é que muito possivelmente essa taxa é também fruto do fato de as vítimas estarem denunciando seus agressores.

E, por consequência, se essas denúncias estão sendo feitas é porque as vítimas estão encontrando acolhimento dos órgãos de segurança. Afinal, como sabemos, a natureza desse tipo de crime, sempre foi um dificultador das denúncias.

Muitas vezes as vítimas se sentiam constrangidas em denunciar o agressor. Não são raros os relatos de que – a falta de habilidade dos órgãos competentes em recepcionar os agredidos – fazia com que essas preferissem o silêncio à busca de Justiça.

Logo, se estamos vendo um aumento no número de casos notificados é porque, felizmente, temos em Araucária uma estrutura adequada para atender as vítimas de crimes sexuais.

O Popular, enquanto arauto de tudo aquilo que acontece em Araucária, é uma testemunha viva da melhora da estrutura física e humana da Delegacia da Mulher local, por exemplo. Ao longo de quase três décadas de história acompanhamos uma verdadeira revolução dessa especializada, que outrora se resumia a uma sala no mesmo prédio da delegacia geral, a qual era dividida com a cadeia pública.

Neste cenário, a vítima de violência sexual sequer podia relatar o calvário vivenciado sem que todo o seu depoimento pudesse ser ouvido na sala ao lado. Hoje a realidade é outra. A Delegacia da Mulher tem uma estrutura individualizada para seus atendimentos. A estrutura de pessoal, embora não seja quantitativamente a ideal, é muito melhor do que outrora e tudo isso contribui para que as denúncias sejam feitas, o crime apurado e o culpado punido.

As redes de proteção a crianças e adolescentes do Município também são extremamente atuantes, principalmente quando comparadas a de outras cidades e isso permite que casos de violência sexual contra vulneráveis sejam identificadas de forma mais ágil e os criminosos denunciados e punidos!

Agora, em paralelo com a fiscalização constante dos instrumentos de Justiça, precisamos combater a cultura do estupro, que – infelizmente – segue fazendo parte do nosso dia a dia. E parte desse combate se faz com Educação! Esse agora talvez seja nosso principal desafio! Precisamos todos seguirmos firmes nesse propósito!

Edição n.º 1476.