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Chuvas e vento forte causam transtorno em Araucária
Cachorro no telhado, móveis para fora, arrumação e prejuízos marcaram o dia seguinte Chuvas e vento forte causam transtorno em Araucária
Com a força das águas, muro de residência desabou na Rua Miguel Bertolino Pizzatto, moradores arcam com transtornos

A intensa tempestade com fortes rajadas de vento que caíram na madrugada do dia 30 de dezembro atormentaram a virada de ano de muitas famílias araucarienses. “Foi bem complicado, estávamos dormindo, perto das 00h30 levantei para ir ao banheiro e estava tudo normal, depois meu marido levantou e viu o chão molhado, ele falou que foi até a janela e viu tudo alagado lá fora e ficou uns 10 minutos parado ali pensando o que ia fazer”, contou Alessandra, uma das moradoras atingidas. A partir disso, começou a luta para ficar tudo bem, seu marido a acordou, desligaram o registro de luz da casa e pisando em cima de móveis, já que a água estava extremamente suja, foram indo até a saída da moradia.

“Nossos cachorros foram colocados no telhado, pulamos a janela da casa, porque se abrissemos a porta ia entrar mais água. Saímos, como o portão é elétrico, meu marido pulou e levou minha filha de 4 anos até a esquina e deixou com uma mulher que a gente nem conhecia e voltou pra me ajudar. Perdemos documentos, celular, o carro ficou cheio de lama, cobertas, filmadora, máquina digital… Quando voltamos, a geladeira e o fogão estavam no chão, várias coisas atrás da casa”, continuou Alessandra, afirmando que, no resto daquela noite, foram abrigados na casa de parentes e quando voltaram para residência deles, no início da manhã, a encontraram cheia de barro. “Não tinha bombeiro, polícia, defesa civil, nada. Só moradores ajudando um ao outro. A gente não sabe o que vai fazer, a prefeitura não deu parecer nenhum”, contou, desolada com os estragos e os prejuízos.

A chuva começou às 22h e só parou perto das 3h. Por volta das 2h, as Avenidas Manoel Ribas, Archelau de Almeida Torres e as Ruas Fernando Suckow e Papa João XXIII estavam totalmente interditadas com o alagamento. De acordo com moradores, as águas atingiram meio metro de altura e o problema mais grave foi registrado na Rua Fernando Suckow, que desce do lado da prefeitura sentido Jardim Iguaçu. Na manhã seguinte, as ruas já estavam vazias, mas os moradores das casas atingidas ainda tinham muito por fazer para tentar recuperar suas coisas. Os prejuízos foram relevantes, principalmente com os gastos maiores, que, em geral, se tem no final do ano, mas, por sorte, nenhuma pessoa ficou machucada. Em algumas residências as consequências foram ainda piores, com a força das águas algumas casas tiveram suas estruturas danificadas: “Choveu muito, a madrugada inteira em uma condição muito forte, acabou virando o muro da casa. Tava tão forte que parte do muro desmoronou. Foi a primeira vez que vi isso”, contou um morador atingido.

Outros moradores atingidos relataram a noite inesquecível: “Estávamos em casa e perto da 1h30 ouvimos um grito e percebemos a água entrando nas casas, meio metro de água. Tentamos abrir os esgotos para água baixar, mas não adiantou, não tinha o que fazer e estragou muitas coisas nossas, jogo de quarto, estante…”, relatou Aroldo. Conforme ele ainda relatou, na sexta-feira, dia 04, a Sanepar foi até a região para fazer uma vistoria e afirmou que uma das causas da enchente seria o entupimento do esgoto. A assessoria de imprensa da Sanepar negou a afirmação, conforme afirmaram, entre os dias 28 e 30, a empresa não recebeu nenhum chamado para atender as ruas que foram atingidas pelo alagamento. “Fomos acionados apenas nas Ruas José Ribiski, Goiás, João Lesmos e Terezinha Olívia Casanova, mas não eram probelmas relacionados à rede de esgoto e sim à rede pluvial, que é questão da Prefeitura resolver”, explicaram.

“Na gestão passada já teve isso, não com essa quantidade de água, mas teve, isso é herança gestão passada. Esperamos que prefeitura dê um jeito”, finalizou Aroldo.

O que a Prefeitura diz?
A Prefeitura de Araucária esclarece que prestou atendimento a algumas famílias atingidas pelas chuvas do dia 30 de dezembro na cidade. O integrante da Defesa Civil, Eduardo Neves Fagundes relata que o grupo fez as primeiras orientações às vítimas de ruas da região central de Araucária, do bairro Tindiquera e do Jardim Monalisa. Foram aproximadamente 30 pessoas orientadas a como proceder e a procurar a Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) nos casos necessários. A situação se restringiu a poucos pontos da cidade e não exigiu disponibilização de alojamentos públicos, de acordo com levantamento realizado pela Defesa Civil.

Conforme afirmaram, no que cabe a SMAS, a secretaria está sempre de portas abertas para prestar atendimento à população dentro das possibilidades estabelecidas em lei, proporcionando a promoção do bem-estar e proteção às famílias, por meio de serviços e benefícios socioassistenciais. A suposição de que a causa da enchente seria por entupimento de esgotos será averiguada. A atual administração reforça que trabalhará intensamente para que esse tipo de situação seja evitada, pois as famílias mais carentes são as mais prejudicadas em casos do gênero e são essas famílias que necessitam de maior atenção dos governantes.
 

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