Proprietários de imóveis comerciais localizados no bairro Chapada, às margens da Rodovia do Xisto, em frente à CSN, estão descontentes com a falta de estrutura para manter seus estabelecimentos. Eles reivindicam da Prefeitura de Araucária a regularização dos seus negócios, pois trabalham neste local há mais de 10 anos e ainda não têm alvará.

“Não temos a mínima estrutura para nos manter. Além de não possuirmos um endereço comercial porque esta rua não tem nome, não temos água e luz. Eles nos taxam de invasores, mas queremos fazer tudo certinho e gerar impostos para o município”, reclama o comerciante Whiris Sales da Costa, que possui um ferro-velho no bairro há cerca de 10 anos.

Da mesma forma o comerciante Mauro Mariano, também dono de um ferro-velho, diz que está difícil manter o comércio nas condições em que se encontra. “Se estamos aqui há tanto tempo, acredito que alguma providência já deveria ter sido tomada”, disse.

Na tentativa de mudar esta realidade, os comerciantes da Chapada estão organizando um abaixo-assinado para entregar à Prefeitura nas próximas semanas, requerendo a instalação de água e luz. “Os moradores também estão solidários conosco nessa luta e vão participar do abaixo-assinado”, diz Whiris.

Sem solução

O Departamento de Atividades Econômicas – DAE, da Prefeitura Municipal, confirmou que o comércio da Chapada funciona de forma irregular, sem alvará e numa região imprópria para este tipo de atividade, pois é considerada uma área de segurança da rodovia.

No entanto, o DAE informou que a Prefeitura ainda não discutiu essa questão, mas pretende fazê-lo nos próximos dias. Apenas adiantou que o comércio da marginal da rodovia continua de portas abertas por questões políticas.

Fecharam as portas

Em julho de 2006 os imóveis comerciais localizados no bairro Chapada foram interditados pela Prefeitura e fecharam suas portas durante seis meses.

Na ocasião, alguns comerciantes se mobilizaram junto a autoridades políticas locais e conseguiram reabrir. “Lembro que naquela época nos solicitaram a documentação dos imóveis e como não tínhamos, nem tivemos tempo de reagir, levamos uma multa e ainda fomos interditados”, relembra Whiris.

Ele disse que o problema vai mais além do que simplesmente fechar o comércio. “Os proprietários desses comércios e suas famílias sobrevivem exclusivamente disso. Se fecharem as portas das nossas lojas de novo, isso vai criar um grande problema social”, comenta o comerciante.

Cartão de visita

Se para os comerciantes o problema é a falta de estrutura, para a população em geral, a questão é ambiental. O comércio da Chapada é formado por ferros-velhos, borracharias, oficinas mecânicas e de lataria e pintura, lojas que por si só não possuem uma fachada atrativa.

Isso faz com que a maioria da população que trafega pela rodovia reclame dos carros velhos e da quantidade de peças velhas amontoadas na beira da rodovia e do emaranhado de estabelecimentos, um grudado no outro, poluindo a entrada da cidade. “Isso é uma vergonha, se querem legalizar seus comércios deveriam ter mais cuidado com essa questão. Uma coisa é trabalhar, outra coisa é poluir a cidade”, reclamou um morador.