Companhia Transitória apresenta o espetáculo Para Poe
Elenco é composto por Clarissa Oliveira, Erick Alessandro, Patricia Cipriano e Thiago Inácio

Com humor e ironia, sobe ao palco do teatro da Praça nesse final de semana o espetáculo Para Poe da Companhia Transitória. Com excelente recepção em Curitiba, a peça se propõe a discutir o que a arte, a crise e o vazio existencial têm em comum. O texto é uma criação autoral que surge da vontade de expor de forma dramatúrgica as inquietações artísticas a partir da ótica do intérpretecriador. Para Poe aborda a maneira como as influências do universo pop midiático chegam a nós.

Ambientada nos anos 80, a peça aborda as interferências do universo pop na sociedade e coloca em cena uma discussão de questões filosófico-existenciais, com personagens inusitados Segundo o Diretor de Produção e também autor da peça Thiago Inácio: “Nesse espetáculo soltamos as amarras da humanidade colocando o público de frente a um espelho e fazendo refletir, através do Zumbi Poe, a agonia e crise existencial de Siouxie que vê nele ora um monstro assassino, ora um pedaço que resta de sua própria humanidade”. O espetáculo foi contemplado pelo Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz /2012.

Sobre o espetáculo
Na comédia, a personagem Siouxsie mantém sua motivação a partir de um amor platônico por um zumbi que, na verdade, não passa de uma projeção de si mesma, dos seus traumas e crises. Enquanto isso, Edgar, o “cérebro gigante”, funciona como a voz da consciência da protagonista; e o Cara de Chapéu transita pela cena, como elemento de um universo misterioso – o anti-herói que aparece em “flash-backs”, com cenas construídas através das lembranças de Siouxie.

O espetáculo é desenvolvido a partir de um processo colaborativo de quatro atores, preparados por Mariana Zanette. O trabalho da Companhia Transitória partiu de uma série de referências da cultura pop. Sua ambientação vai desde a melancolia ultra-romântica da literatura de Edgar Allan Poe, até o novo gótico, da década de 80; e das imagens de George A. Romero até o seriado contemporâneo The Walking Dead. Segundo os realizadores, a proposta do texto é colocar em discussão, de forma irônica e ácida, as questões universais humanas.

Companhia Transitória
Criado em 2007, o núcleo de artistas, com sede em Curitiba, desenvolve uma pesquisa artística continuada e tem como princípio de trabalho a proposição de parcerias com profissionais da área para a troca de experiências, ideias, conceitos e práticas relacionadas ao fazer teatral. Entre os parceiros que o grupo recebeu nos últimos trabalhos estão Nadja Naira, atriz, diretora e iluminadora que desenvolve também trabalhos com a Companhia Brasileira de Teatro; Luciana Schwinden, atriz e pesquisadora do Teatro da Vertigem de São Paulo; Edson Bueno, um dos diretores reconhecidos da cena teatral curitibana; e Dimis Jean Sores, diretor da Companhia de Bife Seco.

O espetáculo acontece nesta sexta, sábado e domingo, 23, 24 e 25 de agosto, às 20h, no teatro da Praça. O ingresso custa R$ 10,00.