Pais terão que se virar nos trinta com o fechamento dos Cmeis. No detalhe, bilhete encaminhado aos pais comunicando o absurdo.
A decisão do Município de suspender o expediente nos centros municipais de educação infantil, as populares creches, entre os dias 16 de junho e 11 de julho tem deixado milhares de famílias araucarienses à beira de um ataque de nervos. Isso porque os pais terão que se virar nos trinta para encontrar alguém que cuide de seus filhos nesse, praticamente, um mês de recesso.
A justificativa para as férias seriam, pasmem, a Copa do Mundo, e a adequação do calendário dos Cmeis ao calendário das escolas. Uma das mães que serão prejudicadas com a suspensão dos expediente é Débora Ramos Araújo Gomes. “Nós mães estamos indignadas, isso é um absurdo, na agenda das crianças veio especificado como recesso e não como férias. Depois vão querer repor esses dias aos sábados, quando as mães podem ficar em casa com seus filhos. Quem vai ficar com nossos filhos enquanto temos que trabalhar? Eles mandaram um bilhete ridículo na agenda para que os pais se programassem para que alguém pudesse tomar conta de seus filhos, mas quem vai pagar uma babá, a Prefeitura?”, indaga.
Mesma indignação é a da advogada Gisele Lopes, que também não poderá contar com a creche para deixar sua filha durante a Copa.
“O que a Prefeitura está fazendo é ilegal. Deixar um Cmei trinta dias em férias e ainda não oferecer polos. Eu como profissional liberal ainda consigo me virar, mas as mães que cumprem horários em empresas e comércios, que ganham um salário baixo, como terão dinheiro pra pagar alguém pra cuidar dos seus filhos? Isso é um absurdo”, enfatiza.
A moradora do Jardim Iguaçu, Cristiane Cabrini de Freitas, auxiliar de cartório tem um casal de filhos no Cmei Jardim do Conhecimento e também, ainda, não encontrou uma saída para o problema que a Prefeitura lhe arrumou. “É um absurdo fechar por 30 dias. Não sei o que vou fazer, pois não tenho onde deixar meus filhos. O Cmei podia parar somente nos dias dos jogos e não por um mês. Pelo menos o polo devia funcionar”, sugere. Sueli Dietrich, que mora na área rural de Araucária, é outra que terá a rotina totalmente alterada por conta do fechamento dos Cmeis. “Vou ter que levar meu filho pro serviço porque trabalho por conta e não posso pagar alguém para cuidar dele”, lamenta. Também funcionária pública, Sinira Rochisqui, não concorda com o mega recesso nas creches. “Eu estou achando errado e meus filhos não têm como ficar em casa. Não tenho férias e não tenho disponibilidade de pagar uma babá com urgência. Na Prefeitura, nós seremos liberados somente nos dias dos jogos e no Cmei devia acontecer o mesmo”, pondera.
Outra funcionária da Prefeitura que não concorda com o fechamento dos Cmeis é a servente Rosane Miranda dos Santos. Sua neta fica na unidade Torres. “É um absurdo fechar por 30 dias. A Prefeitura então que pague uma pessoa para cuidar da minha neta, pois eu e minha filha trabalhamos e não temos com quem deixá-la”, revolta-se. A cabeleireira Bruna Araújo está espantada com os quase trinta dias de recesso. “Vou ter que pagar uma pessoa ou outra escola porque não tenho com quem deixar. Por 15 dias eu até dava um jeito, mas por 30 fica difícil”, relata. O lutador profissional de MMA, Arivaldo Lima da Silva, disse que foi pego de surpresa pela notícia de que o Cmei, onde está matriculado seu filho, ficaria fechado por tanto tempo. “Eu nem estava sabendo que fecharia por tantos dias”. A promotora de eventos Cristiane Alves Pereira também está inconformada, principalmente por conta da falta de opções proporcionadas pela Prefeitura. “É ruim eles fecharem nas férias para todo mundo. Não ter nenhum Cmei aberto para servir de opção para as mães é um absurdo”, destaca.