É tarefa do aluno fiscalizar sua academia
Falta de acompanhamento adequado nos exercícios pode causar lesões

A busca por mais qualidade de vida, curvas perfeitas e músculos definidos têm lotado as academias. No entanto, nem todos os estabelecimentos que oferecem musculação e outras atividades estão aptos para atender alunos. “Eu pratico musculação a quase dois anos, mas meu instrutor não é formado e quase nem fica do meu lado”, conta o araucariense Jânio Stunpff, que costuma buscar informações por conta própria a respeito dos exercícios para não se machucar .

De acordo com o Conselho Regional de Educação Física (CREF), isso é perigoso. “Se o aluno não tem acompanhamento de um profissional formado, ele pode sofrer uma lesão e até mesmo um mal súbito. Claro que isso pode acontecer com qualquer pessoa, mas sem auxílio adequado, a chance é ainda maior”, afirma Rafael Strugale, conselheiro da instituição e presidente da comissão de orientação e fiscalização.

Vale ressaltar que estagiários podem atuar em academias e trabalhar diretamente com os alunos, entretanto, isso precisa ser realizado sob a supervisão de alguém formado. “E isso não aconteceu com algumas academias de Araucária no mês de agosto. Quando chegamos aos estabelecimentos, só encontramos os estagiários, o que não é permitido”, recorda Rafael. A operação aconteceu na região metropolitana de Curitiba no dia 19 do último mês e resultou no fechamento de quatro locais que não apresentavam professores qualificados e não estavam registradas no Conselho.

Segundo Rafael, parte dessas academias regularizou a situação alguns dias depois, mas algumas desobedeceram a ordem de interdição e estão respondendo processos judiciais por isso. “Só que não posso citar quais são elas”, diz.

Exigências
O que o conselheiro pode fazer é orientar alunos como Jânio a exigirem que a academia esteja regularizada. “Hoje, o estabelecimento deve apresentar em local visível o seu certificado de registro no CREF e também um quadro com nome, função e o número do registro dos seus profissionais. Essa é uma resolução interna do Conselho Federal”, explica.

Além disso, um projeto de lei que exige a apresentação do quadro dos profissionais já foi aprovada no estado de Paraná. “Então, assim que o Beto assinar, isso passará a ser obrigatório e as pessoas poderão denunciar os estabelecimentos que não cumprirem esse requisito”, pontua Rafael.

Até lá, o trabalho fica com alunos como Zaira Bomfim, que procuram academias qualificadas para a prática de exercícios e exigem treinamento profissional. “Meu instrutor é formado e acompanha os alunos de perto, o que pra mim é importante. Por isso, mesmo grávida eu continuei frequentando a academia”, conta. “Assim, acho fundamental que as academias estejam regulamentadas e apresentem profissionais formados, aptos para executar com cuidado e responsabilidade todas as suas funções”, conclui.

É tarefa do aluno fiscalizar sua academia