Eder Klostermann foi julgado na quinta-feira, dia 23, por ter – em tese – participado junto com Eloir Biscaia (condenado a 12 anos de prisão em junho/2011) e Ivan Ferreira da Silva (já falecido) no crime que tirou a vida dos jovens Jeferson e Huan em 2004. O homicídio teve repercussão nacional, sendo exibido, inclusive, no programa Linha Direta da Rede Globo de Televisão. Eder negou a co-autoria e a co-participação, afirmando em plenário que é inocente, que não sabia da intenção dos meliantes em matar os jovens, só tomando conhecimento do assassinato dos dois no dia seguinte.

Crime
De acordo com a denúncia registrada no Ministério Público do Estado do Paraná, no dia 21 de março de 2004, Eder, Ivan e Eloir se encontraram com as vítimas Jeferson e Huan em uma lanchonete ou danceteria chamada Gigabyte, no Sítio Cercado, em Curitiba. Perto das 4h30, o grupo combinou de vir a Araucária na danceteria Flash. Os cinco rapazes entraram em um Ford Escort, placas AGV-7914, conduzido por Eder, e vieram em direção à cidade.

Porém, Eloir, Eder e Ivan teriam previamente mancomunado por fim às vidas das vítimas. De acordo com a denúncia registrada, Eder teria desavenças com Jeferson, vulgo Neguinho, em razão de um namoro seu com a irmã da vítima. Por esse motivo, o trio desviou o trajeto, dirigindo-se até a barragem do Rio Passaúna, onde desferiu disparos de arma de fogo, matando Jeferson e Huan. A polícia localizou os cadáveres através de denúncias de populares que ouviram os disparos.

No dia do seu julgamento, no final de junho de 2011, Eloir confessou que matou uma das vítimas do duplo homicídio; afirmou que na época era usuário de droga, mas garantiu que está arrependido. Ele disse que está regenerado e que frequenta uma igreja evangélica. Foi uma denúncia anônima que levou o rapaz para trás das grades.

Julgamento de Eder
Como informou o escrivão da Vara Criminal, Paulo Borges Jr, no julgamento, Eder admitiu que inventou no depoimento na delegacia e no interrogatório na vara Criminal teses diversas da realidade por estar nervoso e sem saber lidar com algo que não fizera, já que nega veementemente ter realizado o ato. O suspeito afirmou que no dia do crime estava em companhia dos dois rapazes, Jeferson e Huan, além dos supostos assassinos, Eloir e Ivan.

Conforme contou, eles se dirigiram a uma danceteria (Gigabyte) no Sítio Cercado, em Curitiba, retornando de madrugada para Araucária, quando decidiram pegar um atalho para acabar a noite na Danceteria Flash, em Araucária.
No meio do caminho, Eloir e Ivan determinaram que Eder parasse o carro para eles conversarem a sós com as duas vítimas; que pouco após saíram do carro, no meio da escuridão, e Eder ouviu o estampido de dois tiros. Nesse momento ele afirma que fez a volta no carro, já que não conhecia o caminho direito, preocupado com o barulho que ouviu, e em seguida viu o Eloir entrando no carro com a arma em mão, gritando e lhe mandando sair em disparada com o carro; conforme explicou, o carro acabou atolado na estradinha rural e ele abandonou o carro ali, voltando para a sua casa a pé. No dia seguinte, foi procurado pela polícia e apresentou-se na Delegacia.

O pronunciado Eder é réu primário e após oito anos do crime que lhe é imputado não cometeu outro crime. Conforme informado, atualmente está trabalhando e levando a vida sem problemas com a justiça, tendo se apresentado espontaneamente quando soube que haveria o julgamento. O Juiz concedeu-lhe o direito de recorrer ao julgamento em liberdade.

Veredito
Os jurados fizeram duas votações, uma em relação à vítima Jeferson, outra em relação à vítima Huan: Eder Klostermann restou absolvido pelo crime cometido em relação ao Sr. Huan e condenado a sete anos e oito meses por – em tese – haver concorrido para a morte Sr. Jeferson, condenação a ser cumprida inicialmente no regime semi-aberto junto à Colônia Penal e Agroindustrial de Piraquara.