Estudante cadeirante encontra dificuldades para se locomover

Em frente à faculdade Thalita se vê impossibilitada de atravessar a rua. Foto: Everson Santos
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Estudante cadeirante encontra dificuldades para se locomover
Em frente à faculdade Thalita se vê impossibilitada de atravessar a rua. Foto: Everson Santos

 

Se para uma pessoa em perfeitas condições de saúde já é difícil atravessar uma avenida movimentada e sem sinalização, imagine para um cadeirante. A jovem Thalita dos Santos Bueno, 24 anos, vítima de paralisia cerebral e luxação congênita de quadril, enfrenta esse drama quase todos os dias.

Presa a uma cadeira de rodas, ela tem muitas limitações. Não pode fazer movimentos bruscos e nem pensar em cair, por isso, circula lentamente pelas vias da cidade e nem sempre consegue atravessar ruas movimentadas, devido à falta de sinalização adequada para cadeirantes.

Thalita mora no centro da cidade e estuda na Faculdade Faneesp, que fica na avenida das Araucárias, uma via de intenso movimento de veículos. O problema é que o único acesso de alunos é pela avenida, que não tem sinalização adequada para pedestres. “Quando eu chego na faculdade consigo me virar, pois desço do ônibus quase na frente, e mesmo quando vou de carro, paro no portão, meu problema é na saída. Não consigo atravessar a rua para pegar o ônibus no sentido contrário porque não tem travessia elevada ou um semáforo. Então sou obrigada a fazer o trajeto até o terminal do Angélica pra conseguir pegar o ônibus, isso é constrangedor. Sem contar que o ponto de ônibus do sentido contrário é muito escuro, com pouca iluminação, e se já é um perigo para os demais alunos, imagine para mim, que sou cadeirante, mais vulnerável no caso de algum assalto”, lamenta a jovem.

Ela conta que há tempos trava uma batalha com a Prefeitura, pedindo providências, investimentos em acessibilidade, como colocação de rampas, travessias elevadas. “Se eu não brigar pelos meus direitos, quem vai brigar?”, indagou. Thalita também reclamou da falta de rampas para cadeirantes na avenida Archelau de Almeida Torres. “São muitos cantos da cidade que dificultam a vida de um cadeirante, as duas avenidas que citei, são apenas alguns”, acrescentou.

O secretário municipal de Ur­banismo, Reginaldo Cordeiro, disse que já atendem a Thalita e sua mãe e explicou que a travessia elevada não é possível executar em vias arteriais, que é o caso da avenida das Araucárias (conforme Resolução nº 738/2018 do Contran), mas está agendada para futuro a instalação de semáforo com botoeira e pintura de faixa de pedestres, visando uma travessia segura “Dependemos somente da conclusão das obras de pavimentação da avenida, bem como o corte no canteiro central e acessibilidade, que são de responsabilidade da Secretaria de Obras. Com relação a iluminação pública, em breve a Prefeitura fará a troca das atuais luminárias de sódio por Led”, esclareceu.

A respeito da falta de acessibilidade na avenida Archelau, o secretário adiantou que a SMUR iniciou um projeto referente a melhorias das calçadas, pensando especialmente na acessibilidade. Primeiramente por levantamentos nos imóveis de propriedade do município e, posteriormente, nos demais, onde estão desprovidos de calçada e com problemas na acessibilidade. “Abriremos um processo de Registro de Preços para que, na medida do possível, sejam liberados orçamentos compatíveis para evolução da contratação”, frisou.

Texto: Maurenn Bernardo

Publicado na edição 1153 – 07/03/2019

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