Os fantasmas se divertem quando não cuidamos da nossa vida espiritual. E, neste caso, não são os espíritos caricatos da obra dirigida pelo cineasta norte-americano Tim Burton, que estreou nos cinemas há alguns anos, trazendo um toque de humor aos dilemas pós-morte. Os espíritos obsessores, na vida prática, são menos divertidos e muito mais inconvenientes do que se pode imaginar, trazendo, de forma sutil e manipuladora, prejuízos ao nosso cotidiano.
Antes de falarmos sobre esses espíritos, é importante conceituar o que, de fato, é a obsessão. Segundo o dicionário da língua portuguesa Michaelis, o termo refere-se ao ato ou efeito de importunar ou vexar, ou ainda, à impertinência excessiva. À luz dessas definições, já se compreende qual é a intenção dos seres astrais que se colocam nessa condição: perturbar o “juízo” alheio.
Allan Kardec, em sua obra “O Livro dos Médiuns”, destaca, no capítulo XXIII, um texto detalhado sobre a obsessão espiritual e categoriza esse fenômeno prejudicial em três níveis: obsessão simples, fascinação e subjugação.
No primeiro nível, a obsessão simples, o espírito obsessor – seja motivado por vingança, ódio, culpa ou simplesmente por incapacidade de reconhecer a importância do bem – aproxima-se de sua vítima (ser humano) e tenta, de forma invisível, instigar situações e embaraços em sua vida cotidiana. Isso pode ocorrer, por exemplo, ao incentivar a pessoa a agir contra seus próprios valores, como se fosse um sussurro mental: “Fure o sinal vermelho, você está com pressa e é só desta vez” ou “Aquela pessoa não gosta de você, ela está te vigiando. Coloque-a no lugar dela”. Esses pensamentos podem parecer simples insights, mas muitas vezes trazem consigo uma carga negativa que pode levar a ações prejudiciais.
No segundo nível, a fascinação, o espírito obsessor avança ainda mais em sua influência. Tudo o que ele sugere mentalmente parece formidável e inquestionável, levando a vítima a perder seu senso crítico e, pouco a pouco, se tornar alguém diferente. A Bíblia cristã traz um exemplo claro disso em Lucas 4:33-35, quando Jesus encontra um homem possuído por um espírito obsessor na sinagoga. O espírito, tentando ludibriar o homem, declara: “Tu és o Santo de Deus!”. Jesus prontamente expulsa a entidade, demonstrando que nem todo elogio vindo do plano espiritual é sincero.
No último nível, a subjugação, a obsessão se torna ainda mais grave. A vítima perde completamente o controle sobre suas ações, podendo se expor ao ridículo ou até mesmo agir de forma autodestrutiva. Exemplos disso incluem sair nu em público e não se lembrar do ocorrido ou ser usado por um espírito que se intitula “demônio” e desafia figuras religiosas, criando verdadeiros “shows de terror da fé”.
Vale destacar que nem todo problema espiritual deve ser atribuído exclusivamente à obsessão, pois muitas questões são de ordem psicológica ou psiquiátrica. Muitos “exorcismos” acontecem nos consultórios de psicólogos e psiquiatras, por meio de diagnósticos e tratamentos adequados. No entanto, quando nenhuma explicação médica ou científica justifica certos fenômenos, pode ser válido considerar a possibilidade de interferência espiritual.
Certo, Vando Fortuna (meu apelido profissional carinhoso), e como posso me blindar desse tipo de influência? O primeiro passo é observar seus pensamentos negativos. Quando perceber uma onda de pensamentos ruins, reflita sobre o que está acontecendo na sua vida. Questões familiares, financeiras ou profissionais podem deixá-lo mais vulnerável. Pratique uma respiração consciente, imaginando que todas as energias densas saem do seu corpo como uma névoa escura. Repita o processo até sentir alívio. Em seguida, conecte-se com sua luz por meio de práticas espirituais que o fortaleçam, como meditação, oração ou qualquer outra que restabeleça seu equilíbrio. Se o desconforto persistir, converse com alguém de confiança, seja um terapeuta, um líder espiritual ou uma pessoa próxima que possa oferecer um olhar acolhedor.
Por fim, demônios existem dentro de nós, em nossos medos, traumas e anseios. Quando não lidamos com eles, espíritos que ainda estão presos à escuridão se conectam a essas sombras, intensificando-as. Mas lembre-se: você tem o controle da sua consciência e da sua vida. Cabe a você decidir qual força espiritual irá guiar sua existência.
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Edição n.º 1452.