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Ex-diretora do Teatro da Praça pede a palavra
Independente de pontos de vista, Teatro da Praça é um espaço público para uso da população araucariense

Os rumos são novos quando mudam as cabeças guias. No final de janeiro O Popular do Paraná foi conversar com Cida Rolin, nova diretora do Teatro da Praça, para ela contar um pouco de quais são os seus planos e ações frente ao único espaços, público oficial de apresentações e oficinas culturais em Araucária. Na entrevista, a atriz contou um pouco sobre sua vivência e como, a partir disso, deseja direcionar as ações do Teatro da Praça. Como sempre, há os pontos positivos e negativos, no seu desabafar, muita gente aprovou suas palavras, já outras pessoas não gostaram tanto.

Claudia Jankowski é uma dessas, depois de receber algumas ligações de artistas, ex-funcionários do Teatro da Praça, alunos e pais de alunos descontentes com as palavras da atual diretora do espaço, Claudia enviou para Secretaria de Cultura um e-mail, em cópia para o jornal O Popular, pedindo retorno diante de algumas citações: “Fui aluna do Teatro da Praça de 1990 a 1992. De 1993 a 1996, 2001 a 2002 e 2005 a 2006 ministrei aulas de Teatro e Dança, sendo diretora artística de 2003 a 2004 e diretora geral de 2009 a 2012 e confesso que me surpreendi com os comentários de Cida Rolim e não posso enquanto cidadã araucariense, funcionária pública com 22 anos de casa, bacharel em Artes Cênicas pela PUC-P.R., licenciada em Educação Artística com habilitação em Artes Cênicas pela FAP-PR, deixar de comentar e esclarecer certos comentários de Cida Rolim”, iniciou.

Em seguida proferiu: “De 1990 a 2012, o Agendamento dos Eventos do Teatro da Praça é feito em folhas de papel ofício encadernadas na SMCT que fica no setor administrativo do Teatro da Praça para acesso de todos. Qualquer pessoa que vá ao Teatro pode solicitá-lo e verificar datas disponíveis e agendamentos já efetuados. Em hipótese alguma, em nenhuma gestão que o Teatro teve, foi realizado agendamento pela ‘cor dos olhos’ conforme citado por Cida Rolim. Nosso Teatro sim, desde 1990 oferece gratuitamente para a população de Araucária, aulas de Teatro, Dança, Circo entre outros de segunda a quinta, destinando os finais de semana de sexta a domingo para eventos culturais. (…) As portas do Teatro da Praça sempre estiveram abertas para ela, seu grupo e todos indiferente e acima de qualquer questão. Aconteceu porém um pedido de ensaios por parte de seu grupo para horário após as 22 horas, o que foi negado, pois temos que fazer valer a Lei do Silêncio após as 22 horas em respeito a vizinhança e não exceder em horas extras com os funcionários, até porque a equipe do teatro nunca foi muito numerosa e são pessoas que passam praticamente trabalhando de domingo a domingo independente de feriados (…). Quanto ao URRA, no ano de 2003 e, logo após a sua segunda reforma, o Teatro da Praça recebeu muitos oficios de bandas locais interessadas em agendar datas para shows e, como no agendamento seria impossível ceder um final de semana para cada banda foi convocada pelas diretoras do Teatro da Praça da época, uma reunião com os representantes das bandas para colocar todos à parte do agendamento do espaço e a direção sugeriu aos músicos presentes se seria possível eles se unirem em dois finais de semana para que todos pudessem ter a mesma oportunidade de se apresentarem e ainda economizarem na locação de equipamentos necessários para a realização dos shows e que não são disponibilizados pelo Teatro da Praça. Os músicos aceitaram. Nasceu o primeiro URRA e ganhou força e representatividade ao longo desses dez anos!

Encerro dizendo que desde sua criação, o Teatro da Praça sempre foi um local público, aberto a todos, claro que com suas normas, critérios e organização como todos os demais setores públicos de nossa Prefeitura. Critérios e normas que nunca foram vedados ou escondidos por nenhuma gestão que por ali passou nestes 22 anos de sua existência. Dados que poderão ser consultados por qualquer pessoa na SMCT ou no próprio Teatro da Praça em um documento chamado Histórico do Teatro da Praça concluído e organizado em 2012 contendo suas leis, normas e critérios de 1989 a 2012.

(…) Particularmente, agora falando em primeira pessoa, vi este Teatro nascer e se construir. Por esse espaço tenho um carinho muito especial. Pelas pessoas que por ali já passaram, tenho respeito, as admiro porque aprendi muito com cada uma delas. São 22 anos de luta para divulgá-lo, equipá-lo, receber bem o público e o artista, tornar a arte possível e próxima de nossa população. Espero que Cida Rolim reveja seu discurso e sua postura perante os artistas de Araucária. Todos estamos construindo esta história e o respeito pelo trabalho do outro é fundamental. Cada um que por ali já passou fez com que o Teatro da Praça seja o que é. Não faço parte desta gestão de cultura, mas faço e continuarei fazendo parte desta história e me senti muito desrespeitada”, finaliza.

Retorno
Claudia afirma que até então não recebeu nenhum retorno por parte da Secretaria de Cultura. Em contato com a secretaria de cultura Irene Olbre Zanon, por meio de sua secretária Patrícia, ela afirmou que, por enquanto, prefere não se pronunciar sobre assunto, já que Cida Rolin ainda não tem conhecimento sobre o documento na íntegra. Já Cida, também preferiu não se pronunciar.
 

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