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Ex-prefeito Rogério Kampa é homenageado na Câmara   Ex-prefeito Rogério Kampa é homenageado na Câmara
Rogério se emocionou com homenagem                Homenagem foi proposta pelo vereador Clodoaldo Pinto Jr.

A Câmara de Vereadores homenageou na última quinta-feira, dia 31, o ex-prefeito Rogério Donato Kampa, que administrou Araucária entre os anos de 1983 e 1988. A moção de aplausos entregue a ele na oportunidade foi uma proposição do vereador Clodoaldo Nepomuceno Pinto Jr. (PT) e teve a aprovação de todos os integrantes do parlamento municipal.

De acordo com Clodoaldo, a placa foi uma forma de homenagear o prefeito que criou o Transporte Integrado de Araucária (Triar), isto há 25 anos. "O Rogério foi um visionário, pois foi graças ao Triar que o transporte coletivo chegou aos bairros de Araucária e contribuiu para o desenvolvimento do comércio local, que era totalmente dependente do poder público municipal", destacou.

Diversas pessoas e autoridades municipais estiveram presentes à sessão solene de homenagem ao ex-prefeito, que em seu discurso fez um breve apanhado de como era Araucária quando ele assumiu o comando da Prefeitura em 1983 e como entregou ao seu sucessor, Albanor José Ferreira Gomes, isso em 1989.

"Recebemos a Prefeitura com dívidas que comprometiam dois orçamentos municipais, com o funcionalismo em greve, com o parque de máquinas destruído e com cidadãos que haviam tido seus terrenos desapropriados pelo poder público e não haviam sido indenizados por isso", recordou. "Quando entregamos a Prefeitura ao nosso sucessor, no entanto, havia dinheiro em caixa para pagar a folha do funcionalismo por mais dois meses, além de uma série de obras feitas e dinheiro depositado para obras futuras e com a receita triplicada em virtude da aprovação da nova Constituição Federal", enfatizou.

Zezé
Sobre o seu sucessor, o qual ele ajudou a eleger, Rogério afirmou que esperava a continuidade do trabalho que vinha desenvolvendo, mas não foi isto o que teria acontecido. "Recebemos talvez a maior perseguição política e tentativa de desqualificação pessoal que um mandatário desta cidade já sofreu. Planos maldosos, urdidos nos porões de mentes pervertidas. Fui vilipendiado, desrespeitado como cidadão e homem público. Marcas que ficaram no seio de meus filhos, que foram quem mais sofreram nesta época", relembrou emocionado. "E isto tudo porque discordei do modo como as coisas andavam na administração, sendo que discordar faz parte da democracia. Nem todos, no entanto, pensam assim, pois enxergam no contraditório a força inimiga que precisa ser cooptada pelo suborno ou ser destruída, não importando quais meios devam ser utilizadas para isso. Nunca deixei-me ser cooptado por vantagens para mudar de opinião. Talvez por isso deixei de ser visto como adversário e passei a ser visto como inimigo que tinha que ser destruído, e de fato quase conseguiram", analisou. "Mas nessa luta tive o auxílio do senhor Jesus Cristo, que me deu a serenidade de confiar na Justiça e pude lentamente ir vencendo todas as acusações até esclarecer todos os fatos. Foram oito anos de luta e de muitas dificuldades", assegurou. Rogério ainda fez questão de ressaltar o apoio que teve do funcionalismo na época. Não esqueceu também de sua esposa, Maria Helena, a qual ele chamou "companheira de todas as horas e porto seguro em todos os momentos".

Triar
Falando sobre a criação do Triar, que acaba de completar 25 anos, Rogério recordou que ele surgiu da necessidade de expandir o comércio da cidade, que na época era muito dependente do poder público. "Conseguimos nosso objetivo, pois o transporte integrado era eficaz, tinha um custo razoavelmente baixo e ajudou a multiplicarmos o consumo em nosso comércio", ponderou, para em seguida criticar o tipo de integração feito posteriormente, que acabou por privilegiar o comércio da Capital em detrimento do comércio local.

Por fim, Rogério fez um apelo para que os políticos locais e a população olhem para o futuro, sejam empreendedores e entendam que o mandato é uma delegação temporária de poder dada pela coletividade. "Quem administra olhando apenas para o presente, com interesses pessoais e eleitoreiros, condena a coletividade ao abismo do atraso. É preciso olhar para o futuro mesmo sabendo que talvez a colheita seja feita por outros. Araucária tem os ingredientes para crescer muito, mas para isto é preciso que ela saiba para onde quer ir. Compete ao povo saber distinguir os preparados dos demais. Olhemos o futuro com fé, com esperança", finalizou.

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