As cerca de 40 famílias que há pouco mais de um ano ocuparam uma área localizada entre os jardins Shangai e Arvoredo, parte dela pertencente à Cibraco Imóveis, de Curitiba, e outra, área de preservação ambiental, terão que deixar o local.

A Cibraco entrou com uma ação de reintegração de posse do terreno e há cerca de dois meses conseguiu obter na justiça a ordem de despejo.

O líder comunitário Daniel Medino, que reside em outro bairro, mas está defendendo a causa dos moradores, disse que eles invadiram a área porque são famílias de baixa renda, que não tinham condições de pagar um aluguel. 
“Eles sabem que invadiram áreas proibidas, mas foram obrigados a fazer isso e agora aguardam uma saída. Os moradores não querem confusão, por isso buscam uma solução pacífica e estão dispostos a colaborar”, comentou. 
Daniel disse ainda que não sabe o número exato de famílias que vivem no Jardim Varsóvia, nome escolhido pelos moradores, mas no início da próxima semana vai maçar uma reunião em quem será feito o cadastramento destas pessoas. 

Na quarta-feira, dia 16, representantes da empresa e dos moradores participaram de uma audiência no Fórum de Araucária para tentar chegar a um acordo. O juiz da Vara Cível, Evandro Portugal, ouviu as partes e decidiu protelar a ação de despejo e intermediar junto à administração municipal uma área onde as famílias possam ser realocadas. 
“Vamos tentar conversar com a Prefeitura sobre a possibilidade de ceder um terreno para realocar estas famílias, mas estas pessoas têm conhecimento que não agiram corretamente, invadindo uma área particular e outra área de manancial”, comentou o magistrado.

Procurada pela reportagem do Jornal O Popular, a empresa Cibraco afirmou que está requerendo uma propriedade que lhe pertence e que se até agora não executou nenhum empreendimento no local foi justamente devido à burocracia dos órgãos competentes em aprovar o loteamento. “Há anos tentamos aprovar um loteamento e esbarramos em empecilhos levantados por entidades de proteção ambiental ou da própria muni­cipalidade, mas quero ver se nesta questão de retirar as famílias de uma área de manancial eles são tão ágeis assim”, criticou um dos diretores da empresa.