Representante de Zezé “desdiz” o que teria dito e garante que não há qualquer plano para tomar o Fundo de Previdência
Um assunto dominou praticamente todo o 22º Congresso do Fundo de Previdência do Município de Araucária (FPMA): a suposta ameaça de intervenção no órgão, que teria sido feita pelo conselheiro que representa a Prefeitura no FPMA, Juarez Afonso Silveira. O congresso foi realizado na tarde desta quinta-feira, dia 26, no plenário da Câmara de Vereadores e contou com a presença de representantes dos funcionários da Prefeitura de diversas secretarias, bem como de alguns vereadores.
A tal ameaça de intervenção no Fundo, um órgão que tem em caixa cerca de R$ 300 milhões, teria sido feita por Juarez durante uma reunião do conselheiro deliberativo, realizada na semana passada. Na oportunidade, segundo relatou a presidente do FPMA, Ana Eulália Costa e Silva, Juarez teria dito que se não fosse enviada à Procuradoria Geral do Município (PGM) uma série de documentos solicitados pelo procurador geral Genésio Felipe de Natividade sabe-se lá com quais interesses, haveria intervenção no Fundo nos próximos dias. A trucada assustou os conselheiros, que registraram a ameaça em ata, que – entretanto – Juarez se recusou a assinar.
Como um rastilho de pólvora, a notícia se espalhou entre o funcionalismo público municipal, que não quere de jeito nenhum que a Prefeitura fique com a chave do cofre do Fundo e prefere o modo como ele vem sendo administrado atualmente: por um conselho, cuja maioria dos integrantes é eleita entre os servidores por meio de eleição direta a cada três anos.
Ainda durante o Congresso realizado ontem, Juarez tentou se explicar. Disse que jamais insinuou a tal intervenção. Do mesmo modo, garantiu que nunca ouviu de nenhum integrante do grupo que comanda a Prefeitura atualmente qualquer insinuação no sentido de tomar o comando do FPMA.
Por sua vez, a presidente do Conselho também relatou aos presentes que entrou em contato com o prefeito Albanor José Ferreira Gomes (PSDB) para discutir o assunto, sendo que Zezé lhe afirmou que não existe ameaça de intervenção e que se Juarez andou garganteando isto foi sem sua autorização.
Tanto as explicações de Juarez quanto as dadas por Zezé à presidente do FPMA não convenceram os funcionários. O maior temor da categoria é que o dinheiro simplesmente suma como já teria acontecido na gestão dos ex-prefeitos Edvino Kampa e Rizio Wachowicz, quando os recursos para o pagamento da previdência do funcionalismo acabaram sendo utilizados para a quitação de despesas gerais da Prefeitura. Outro medo é que os quase R$ 300 milhões sejam aplicados de maneira irregular, em ações – por exemplo – onde o dinheiro pode virar pó do dia para a noite dependendo do humor do mercado financeiro.