A confirmação de uma gravidez, principalmente se for a primeira, costuma vir acompanhada de muita alegria e claro, de várias dúvidas. Quando os exames confirmam uma gravidez de gêmeos, certamente, essas dúvidas se multiplicam.
A Gemelaridade ocorre quando há a geração de dois ou mais embriões simultaneamente no útero, ocorre em 1 a 2 % das gestações e basicamente existem dois tipos de gestações gemelares, as dizigóticas que darão origem aos gêmeos diferentes e as monozigóticas, que darão origem aos gêmeos idênticos.
A natureza preparou a mulher para gerar um bebê de cada vez.Então, mais de um bebê no ventre significa sobrecarga para o organismo da mulher, aumento o risco de complicações como abortamento, anemia, pré-eclâmpsia (Hipertensão na gestação), diabetes gestacional e principalmente a prematuridade.
Gestação gemelar, não é sinônimo de bebê prematuro, mas é a complicação mais frequente (3-4 vezes maior que na gestação única), e sabendo disso a gestante deve realizar um pré-natal, ainda mais cuidadoso, principalmente se os bebês forem univitelinos, que compartilham uma única placenta, pois apresentam também um risco maior de malformações, de deficiência do crescimento dos bebês, e até de óbito fetal. Consequentemente, será necessário fazer um acompanhamento mais frequente, com um maior número de consultas de pré-natal e adotar medidas que diminuam o risco de complicações perinatais.
Assim enquanto na gestação única as consultas são realizadas a cada quatro semanas, na gravidez de gêmeos, elas costumam acontecer em intervalos menores, e a partir do 3º trimestre, as consultas passam a ser semanais.
Além da frequência das consultas, são solicitados uma maior quantidade de exames pré-natais, como o de urina e os diferentes tipos de ecografia, a fim de melhor acompanhar o desenvolvimento dos bebês. No final da gestação os exames serão ainda mais frequentes, com objetivo de se detectar a possibilidade de parto prematuro. Com este monitoramento mais cauteloso, é possível ter uma gestação mais tranquila e diminuir as possibilidades de intercorrências durante o parto.
Assim como a alegria dobrada, a gravidez de gêmeos costuma vir acompanhada pelo dobro de desconfortos. Sendo assim, é muito comum que a mulher experimente os sintomas desagradáveis da gravidez, como enjoos e tonturas, com frequência e intensidade aumentadas. A fadiga a sonolência e as dificuldades para dormir também estão presentes em maior intensidade.
Assim como para outras grávidas, uma alimentação saudável e balanceada também é indispensável para a gravidez de gêmeos. Não é necessário comer em excesso, mas sim alimentar-se bem para que a mamãe e os seus bebês, recebam todos os nutrientes que necessitam, evitando prejuízos para saúde de ambos. A quantidade de calorias que a gestante precisa ingerir diariamente varia de uma mulher para outra e vai depender das suas características clínicas, físicas e metabólicas. Geralmente o aporte calórico gira em torno de 1800 a 2800 calorias diárias, com o acréscimo de 200 a 300 calorias, em relação ao que era ingerido antes da gravidez. O aporte adequado de calorias é essencial para que a placenta se desenvolva adequadamente e exerça todas as suas funções, como a sustentação, a proteção e a nutrição dos bebês.
Exercícios físicos são ótimos para manter a musculatura forte e flexível, além de diminuir os desconfortos durante a gravidez, aliviar os inchaços, controlar o ganho de peso e ajudar a futura mamãe a recuperar a boa forma depois do parto.
No entanto é preciso prestar muita atenção na intensidade das atividades físicas praticadas, as quais devem sempre ser orientadas por um profissional habilitado. Exercícios de alto impacto poderão sobrecarregar ainda mais as articulações e favorecer o parto prematuro, em especial na gravidez gemelar em que a mulher tem um ganho de peso mais acentuado. Por isso, os exercícios mais recomendados são a yoga, a hidroginástica e as caminhadas, que além de exercitar, ajudam a relaxar e diminuir a ansiedade.
Quanto ao parto, a possibilidade de um parto por cesariana é bem mais alta no caso da gestação gemelar, mas não quer dizer que não possa ter um parto normal, caso os bebês estejam posicionados de cabeça para baixo, porém essa situação não é frequente. O mais provável é que os gêmeos estejam na posição sentada, o que torna difícil o parto normal. O seu obstetra saberá avaliar no momento adequado, como tipo de parto é o mais seguro para a mamãe e os seus bebês.
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Publicado na edição 1121 – 12/07/18