Idosa cai de ônibus e a família quer providências
Dona Ivaldete quebrou um dedo do pé e levou 42 pontos

A idosa Ivaldete Therezinha Elias, 77 anos, teve um corte profundo no tornozelo e um dos dedos do pé quebrado após sofrer uma queda quando descia de um ônibus da linha Califórnia/CSU do Triar (Transporte Integrado de Araucária) por volta das 18h35 de sexta-feira, dia 13 de julho, no Terminal Central de Araucária. De acordo com familiares, ela voltava para casa quando, no primeiro ponto após a trincheira na Rua Agrimensor Carlos Hasselmann, próximo ao número 262, ao descer do ônibus, as portas fecharam e ela ficou presa.

Ainda de acordo com a família, com os gritos dos passageiros, o motorista abriu a porta e arrancou rapidamente, arremessando Ivaldete ao chão e passando com a roda traseira sobre o seu pé. “O pior de tudo é que após o acidente o motorista evadiu-se do local. As pessoas que presenciaram o ocorrido ligaram para o Siate e minha avó foi atendida por volta das 19h e a levaram para o Hospital Municipal de Araucária. Chegando lá, os exames constataram um dedo quebrado e fizeram também uma sutura com 42 pontos, em torno de seu pé dilacerado”, conta a neta Thais Fernanda.

Inconformados com o acidente, a família procurou a CMTC (Companhia Municipal de Transporte Coletivo) e foi encaminhada à Viação Tindiquera, empresa responsável pelo transporte coletivo da cidade. “Fomos orientados a registrar um Boletim de Ocorrência (B.O.) na delegacia, pois os responsáveis pelo atendimento já estavam fora do horário de serviço, inclusive não tiveram interesse em solicitar o nome e o telefone de algum familiar para um contato posterior”, reclamou a família.

“Na segunda-feira, dia 16 de julho, retornamos à Viação Tindiquera e fomos informados que a empresa já havia conversado com os três motoristas que poderiam ter sido os causadores do acidente, e, com muita frieza, explicaram que iriam acionar a Seguradora, pois a empresa não tem serviço de Assistência Social e nem de Psicologia para dar algum tipo de apoio ou fazer acompanhamento de acidentes”, disse Thais.

Não satisfeita, a família acionou a Eco Verde Seguros, registrou o sinistro e encaminhou toda a documentação solicitada pela seguradora, a Companhia Mutual de Seguros, que vai analisar o processo. “Uma semana após disseram que a empresa Tindiquera pediu para cancelar o sinistro porque a seguradora solicitou um documento formalizando a culpa deles. Por orientação do departamento jurídico eles voltaram atrás e passaram a alegar que não tinham mais nada a declarar. Procuramos o jurídico e este nos disse que poderíamos ficar à vontade para acionar juridicamente a Viação Tindiquera”, comentou a neta.

O relato completo sobre o acidente da Senhora Ivaldete e os procedimentos tomados a respeito está em um artigo escrito pela própria família, publicado na página 2 deste periódico.

Outra versão
Sobre o assunto, a CMTC confirmou que registrou a ocorrência e encaminhou a família para a Viação Tindiquera, que é a empresa que faz a contratação dos motoristas. “Quando ocorre um acidente em que a fiscalização presencia o fato, nós podemos aplicar multas, mas, neste caso, não havia fiscais no local e só cabe à companhia encaminhar o ocorrido à empresa responsável”, explicou a CMTC.

O gerente de tráfego da Viação Tindiquera, Tadeu Gurski, comentou que as informações repassadas pelos familiares nos registros (B.O. e registro de ocorrência na CMTC) se contradizem e, por isso, o fato foi encaminhado à seguradora da empresa para ser investigado. “Não podemos simplesmente condenar o motorista, pois nem sequer conseguimos confirmar o acidente, muito menos se houve um culpado. Inclusive o motorista de uma das linhas citadas inicialmente, que alegou ser inocente, disse que vai abrir um processo contra a família”, falou o gerente Tadeu.

A reportagem do Jornal O Popular entrou em contato com o advogado Ronaldo Albizu Drummond de Carvalho, que faz assessoria jurídica da empresa, e este confirmou que o caso está sob responsabilidade da seguradora. “Eles farão um levantamento completo do ocorrido, para tomar os procedimentos cabíveis”, pontuou.