Um ano e nove meses após ter sido interditada, em abril de 2007, a Escola Rural Municipal João Sperandio, localizada em Rio Abaixinho, vê uma possibilidade de retomar suas atividades. A instituição parou de funcionar desde que um laudo técnico preliminar feito na época sugeriu falhas na construção e o comprometimento de toda a estrutura. O documento também indicou que o prédio poderia desabar se não fossem tomadas providências urgentes.
O caso foi parar na Justiça e na segunda-feira, dia 27, o juiz de Direito da Comarca Municipal de Araucária, Evandro Portugal, acompanhado pelo perito Péricles Alves Pinto, representantes da Prefeitura e da extinta Arauconstru Ltda., construtora responsável pela obra, estiveram no local para uma inspeção judicial. Eles foram verificar os problemas relacionados à estrutura física.
Após a inspeção o juiz Evandro Portugal determinou que os responsáveis pela obra da escola rural, no caso a Prefeitura e a Arauconstru, estabelecessem um prazo para a elaboração de um novo laudo, com a real situação do prédio atualmente e os gastos estimados para a sua recuperação. “Esta inspeção tem um caráter resolutivo e com este novo estudo vamos saber se financeiramente a recuperação da escola é viável ou não”, ponderou.
A Prefeitura, através dos seus representantes, engenheiros Luiz Antônio Gouvêa e Fabiano Mello, advogado Gilberto Gomes de Lima, além do engenheiro Emir Gebran, contratado para prestar consultoria, se comprometeram em apresentar um novo projeto estrutural para a recuperação da Escola João Sperandio num prazo de trinta dias. Após a execução deste projeto, a construtora solicitou mais quinze dias para apresentar um orçamento dos gastos que serão necessários para execução da obra.
Dentro do prazo de trinta dias, tanto a Prefeitura quanto a Arauconstru também se comprometeram em fazer um balanço do que será de responsabilidade de cada uma. “Considerando que a escola ficou quase dois anos fechada e sem manutenção e vigilância, a maior parte do que estamos vendo aqui foi consequência de vandalismo”, alegou o advogado da Arauconstru, Luiz Knob.
“Quando todos estes cálculos estiverem prontos o Judiciário vai analisar a proposta e definir se é mesmo viável que a escola seja recuperada”, disse o Juiz Evandro Portugal.
Gastos desnecessários
O juiz Evandro salientou que, com a escola fechada, toda a comunidade escolar fica prejudicada. “Os alunos porque correm riscos no trânsito todos os dias ao se deslocarem de suas casas até a Faculdade Educacional de Araucária (Facear) – para onde foram transferidos semanas após a interdição, a Prefeitura porque gasta uma exorbitância em transporte escolar e aluguel das salas e os pais porque ficam preocupados com seus filhos”, finalizou.