Nanismo moral

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Com a finalidade de manifestar descontentamento ao que considera desproporcional reação militar do governo israelense aos ataques promovidos por grupos palestinos ao território de Israel, o governo brasileiro chamou seu embaixador daquele país, à Brasília, com o fim de informar-se melhor. Em diplomacia, tal gesto mostra inconformismo com atitudes tomadas pelo governo do país de onde é chamado o embaixador. De imediato, um porta-voz israelense prestou declaração à imprensa internacional dando a entender que “o Brasil é um gigante econômico e cultural, mas permanece como um anão diplomático e que desproporcional é perder no futebol pelo placar de 7 a 1”. Como muitos brasileiros, fiquei abismado ao ouvir as declarações do porta-voz israelense e chocado com o apoio que alguns patrícios nossos emprestaram ao que ele disse. Vamos aos fatos: Não tenho conhecimento de algum país do mundo com o qual o Brasil não mantenha relações comerciais e de amizade, sendo que todas as querelas com as demais nações são resolvidas por meios diplomáticos, há muitos anos. Somente vi forças de paz brasileiras, enviadas à região de Suez, ao Haiti e a algumas outras missões de paz ao redor do mundo. Felizmente, eu e a maioria dos brasileiros nunca convivemos com a tragédia e os horrores da guerra e nos consideramos abençoados pela manutenção dos canais diplomáticos na resolução de pendências. O lançamento de mísseis, indiscriminadamente, contra o território de Israel precisa ser contido e é um ato reprovado pelos países que sempre se manifestaram a favor da criação de um estado judeu na Palestina. O Brasil apoiou decisivamente a criação de Israel e a sessão da Organização das Nações Unidas-ONU, que deliberou a divisão da Palestina nos estados Árabe e Judeu, foi presidida pelo diplomata brasileiro Osvaldo Aranha, em 1947. Porém, informações disponíveis neste final de julho mostram que morreram no conflito 56 soldados e oficiais, dois civis e um operário estrangeiro de Israel; enquanto morreram 1327 pessoas e ficaram feridas 7.200 pessoas em Gaza, sendo a maioria deles civis. O número de crianças mortas e feridas é enorme entre os Árabes e o abastecimento de energia está bastante comprometido com a destruição de uma das principais usinas elétricas de Gaza. É importante destacar que a ação militar israelense recebeu censura quase unânime na ONU, com poucas abstenções e o voto contrário estado-unidense. Acredito que boa parte do povo judeu, assim como os brasileiros, prefira a paz e não considere nosso país um “anão diplomático”. Continuaremos torcendo pela paz no Oriente Médio e nas demais regiões do planeta, sem deixarmo-nos abater. E, continuemos a combater o “complexo de vira-latas” que alguns brasileiros insistem em manter.

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